Relembre confusões do ministro Juscelino, irmão de prefeita alvo da PF
Metrópoles já revelou que Juscelino pressionava por contrato de empreiteira com Codevasf, mesma estatal alvo de operação da Polícia Federal
atualizado
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As relações do ministro das Comunicações do governo Lula, Juscelino Filho, com a Companhia de Desenvolvimento dos Vales do São Francisco e do Parnaíba (Codevasf), estatal que é alvo de operação da Polícia Federal (PF) nesta sexta-feira (1º/9), não são de agora.
Juscelino é investigado e a Polícia Federal até pediu busca e apreensão em endereços do ministro, mas Luís Roberto Barroso, do Supremo Tribunal Federal, negou.
A própria irmã de Juscelino, a prefeita de Vitorino Freire (MA), Luanna Rezende, foi alvo de um dos 12 mandados de busca e apreensão. Ela também foi afastada do cargo.
Os investigadores suspeitam que houve desvios de dinheiro público da Codevasf, que é uma empresa pública responsável por realizar obras no Nordeste.
Reportagem da coluna do Rodrigo Rangel, do Metrópoles, publicada em março, revelou que o ministro das Comunicações pressionou por um contrato da Codevasf com a Engerfort, empreiteira maranhense ligada a políticos, utilizando recursos de emendas que ele destinou ao estado, quando era deputado federal pelo União Brasil.
Outra matéria do Metrópoles, de julho, revelou que Juscelino Filho ganhou mais dinheiro público com viagens do que ministros receberam de salários.
Segundo a reportagem, o ministro das Comunicações de Lula gastou mais de R$ 222 mil em passagens e diários a serviço da pasta até junho. Ou seja, ele ganhou em média mais de R$ 37 mil com passagens internacionais e diárias em hotéis.
Avião para haras
Em fevereiro, uma reportagem do Estado de S. Paulo revelou que o Juscelino Filho viajou em uma aeronave da Força Aérea Brasileira (FAB) e até ganhou diárias pagas com recursos públicos para participar de leilões de cavalos de raça em São Paulo.
Uma outra matéria do Estadão, em março, mostrou que o sócio do haras em que Juscelino cria seus cavalos, Gustavo Gaspar, é funcionário fantasma no Senado. Outra sócia do haras é a prefeita afastada Luanna Rezende.
Gustavo Gaspar era lotado na liderança do PDT do Senado há dois anos, com salário de R$ 17,1 mil, mas ninguém da liderança o conhecia. Outros parentes de Gaspar já foram funcionários de Juscelino.