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Relembre como foram os desfiles de 7 de Setembro na gestão Bolsonaro

Comemorações dos últimos anos ganharam conotação política e ideológica, após data ser adotada por Bolsonaro. Lembre episódios emblemáticos

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Bolsonaro e Michelle discursam para apoiadores e público presente em cima de um carro de som após o desfile do 7 de setembro
1 de 1 Bolsonaro e Michelle discursam para apoiadores e público presente em cima de um carro de som após o desfile do 7 de setembro - Foto: Hugo Barreto/Metrópoles

Ao longo dos últimos quatro anos, as festividades de 7 de Setembro ganharam um forte tom político e ideológico, além dos limites do caráter nacional civil da solenidade. Sob a gestão do então presidente Jair Bolsonaro (PL), a data foi “adotada” por apoiadores e marcada por discursos antidemocráticos e com ataques às instituições.

Neste primeiro Dia da Independência do atual mandato do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), o chefe do Executivo federal prometeu fazer um contraponto às celebrações anteriores. O governo federal espera que 30 mil pessoas compareçam à Esplanada para as festividades, com o tema: “Democracia, soberania e união”.

Especialmente nos últimos dois anos, Bolsonaro se apropriou de retóricas antidemocráticas ao criticar a atuação dos demais Poderes, em especial, o Judiciário. Além de, em 2022, aproveitar-se da data para propagar ideais de campanha, atacar ministros e lançar dúvidas sobre o sistema eletrônico de votação.

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Multidão acompanhou discurso de Jair Bolsonaro na Esplanada
7 de Setembro em 2022
Esplanada ficou lotada para o desfile do 7 de Setembro em 2022
Pessoas que assistiram ao desfile de 7 de Setembro deixando a Esplanada
Apoiadores do presidente Jair Bolsonaro (PL) caminhando pela Esplanada com faixa nas mãos
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Ex-presidente Bolsonaro e Michelle discursaram em 7 de Setembro de 2022

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Multidão acompanhou discurso de Jair Bolsonaro na Esplanada

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7 de Setembro em 2022

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Esplanada ficou lotada para o desfile do 7 de Setembro em 2022

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Pessoas que assistiram ao desfile de 7 de Setembro deixando a Esplanada

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Apoiadores do presidente Jair Bolsonaro (PL) caminhando pela Esplanada com faixa nas mãos

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Governado Ibaneis Rocha ao lado de jair Bolsonaro e Presidente de Portugal Marcelo Rebelo de Sousa, em 2022, no Bicentenário da Independência

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Apoiadores propagaram ataques ao sistema eleitoral

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E ao Judiciário, em especial ministros do STF

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Manifestação em Brasília em 7 de setembro de 2022

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Relembre as comemorações do Dia da Independência com Bolsonaro:

  • 2022

Em ano eleitoral, o então titular do Planalto conduzia uma campanha à reeleição. Ele adotou um tom eleitoreiro durante o discurso ao acariciar apoiadores e repetir falas de ataque aos considerados adversários e instituições. As falas se sobrepuseram às comemorações de 200 anos da Independência.

O ex-mandatário afirmou que a “vontade do povo” se faria presente no primeiro turno das eleições, marcado para o mês seguinte, e voltou a falar de suposta “luta do bem contra o mal”.

Bolsonaro também fez comparações entre a ex-primeira-dama Michelle e a esposa do presidente Lula, Rosângela Silva, a Janja. Na ocasião, ainda deu um beijão na esposa e puxou um coro de “imbrochável”, termo que já havia usado com apoiadores em outra oportunidade.

Ao falar de Janja, em ataque velado à esposa do petista, Bolsonaro disse que “não há o que discutir”. “Podemos fazer várias comparações, até entre as primeiras-damas. Não há o que discutir”, declarou.

“Uma mulher de Deus, da família e ativa na minha vida. Não é ao meu lado, não. Às vezes ela está na minha frente. Eu falo aos homens solteiros: procure uma mulher, uma princesa, se casem com ela para serem mais felizes ainda”, completou o então chefe do Executivo.

Vídeos. Bolsonaro puxa coro de “imbrochável” após beijo em Michelle

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  • 2021

Na manhã do 199º aniversário de Independência do Brasil, Bolsonaro fez três discursos: dois em Brasília, na Esplanada, e um à tarde, em evento com apoiadores na Avenida Paulista, em São Paulo.

No primeiro discurso, Bolsonaro deu o tom do que seriam os pronunciamentos do dia, ao afirmar que não admitiria que “outras pessoas joguem fora das quatro linhas” da Constituição.

Mais tarde, ainda na Esplanada, o então mandatário adotou a retórica de ameaça e afirmou que o Poder Judiciário “pode sofrer aquilo que não queremos”. Ele também incitou a desobediência aos governos estaduais e municipais, ao afirmar que o Executivo não aceitaria mais as medidas impostas por governadores e prefeitos no combate à pandemia da Covid, autorizadas pelo Poder Judiciário.

Na fala a apoiadores na Paulista, o então presidente subiu ainda mais o tom. Ele atacou o ministro Alexandre de Moraes, e disse que “nunca seria preso” por “canalhas”.

Presidente Jair Bolsonaro no discurso aos apoiadores na Avenida Paulista, em SP
Presidente Jair Bolsonaro no discurso aos apoiadores na Avenida Paulista, em SP em 2021

Bolsonaro ainda questionou a independência do Supremo Tribunal Federal (STF). “Respeitamos todas as instituições. Quando alguém do Poder Executivo começa a falhar, eu converso com ele. Se não se enquadra, eu demito. Quando um deputado ou senador começa a fazer algo que está fora das quatro linhas, ele é submetido ao conselho de ética e pode perder seu mandato. Mas no STF isso não acontece.”

Assim como em Brasília, o então mandatário do país voltou a falar sobre a possibilidade de não seguir a Constituição.

“A indignação de vocês foi crescendo. O nosso povo sempre primou pela liberdade, sempre respeitamos as leis e a nossa Constituição. Esse presidente que vos fala sempre esteve dentro das quatro linhas da Constituição. Agora, chegou o momento de dizermos às pessoas que abusam da força e do poder que agora tudo vai ser diferente”.

Dois dias depois, vendo o estrago causado por suas declarações,  Bolsonaro recuou e, com a ajuda do ex-presidente Michel Temer (MDB), divulgou uma nota (leia aqui a íntegra) na qual dizia que às vezes fala “no calor do momento” e que nunca teve “nenhuma intenção de agredir quaisquer dos Poderes”.

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  • 2020

Neste ano, os tradicionais desfiles realizados na Esplanada dos Ministérios, em Brasília, e em outras cidades foram cancelados para evitar aglomerações em meio à pandemia de Covid-19.

Contudo, Bolsonaro deu início à cerimônia às 10h com um desfile no Rolls-Royce presidencial. Ele estava acompanhado de um grupo de crianças e não usava máscara de proteção contra o novo coronavírus, além de gerar uma aglomeração ao reunir apoiadores.

Após descer do carro, o então chefe do Executivo cumprimentou apoiadores na parte externa do Alvorada. Em seguida, juntou-se às autoridades presentes do lado de fora do palácio para a execução dos Hinos Nacional e da Independência e o hasteamento da bandeira.

Também na ocasião, a Esplanada foi tomada por manifestações contra e a favor do então governo federal. De um lado, bolsonaristas se reuniram entre o Museu da República e a Biblioteca Nacional, em apoio ao presidente da época.

No gramado entre o Teatro Nacional e o Museu, integrantes das frentes Brasil Popular e Povo Sem Medo se juntaram ao Grito dos Excluídos para a realização de um ato cênico performático.

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  • 2019

Naquele ano, o primeiro sob a gestão Bolsonaro, o tema escolhido para as comemorações foi “Vamos valorizar o que é nosso”. O conceito foi o mesmo adotado pela Semana do Brasil, iniciativa do governo federal para “estimular o patriotismo” e “ações promocionais no comércio varejista”.

Antes de sair do Palácio da Alvorada, rumo ao desfile, o então presidente gravou vídeo convidando os brasileiros para saírem às ruas na data.

“Hoje é uma data magna em nosso país. A data em que nós nos tornamos independentes. Precisamos de cada um de vocês para reconstruir o Brasil, e a liberdade estará em primeiro lugar. Neste momento, quem puder comparecer no seu município para a ocasião do 7 de Setembro, compareça. O Brasil é nosso. É verde e amarelo.”

Vídeos: Bolsonaro participa de seu primeiro desfile de 7 de Setembro

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