Relatora do 8/1 recebeu mais ameaças em 24h que em anos como deputada
A relatora da CPMI do 8 de janeiro pediu segurança para ela e sua família. A senadora relatou ter recebido ameaças de agressão e morte
atualizado
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A senadora Eliziane Gama (PSD-MA), relatora da Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) do 8 de janeiro, afirmou ter recebido mais ameaças desde essa terça-feira (17/10), quando apresentou o texto final da investigação, do que nos outros anos como política.
“Tenho 16, 17 anos de vida pública, mas nunca fui tão agredida, violentada, quanto nas últimas 24h. E cada discurso de ódio de cada parlamentar aqui parece uma ação sincronizada”, disse a senadora.
Eliziane relatou ter recebido ameaças de agressão e de morte contra ela e familiares. “Dizem que estão me esperando em aeroportos, não posso mais sair na rua porque vão me atacar”, denunciou. Ela falou ter compilado essas mensagens em um dossiê para entregar à Polícia Federal e e à Advocacia-Geral do Senado.
A parlamentar pediu apoio ao presidente do Congresso Nacional, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), para conseguir segurança para ela e a família. “Essas ameaças a gente não podem subestimar, são pessoas que não têm senso de humanidade”, criticou.
Eliziane pediu indiciamento de Bolsonaro
Em sessão na terça-feira, Eliziane leu o relatório final da CPMI e pediu o indiciamento de 61 pessoas, incluindo o ex-presidente Jair Bolsonaro; os ex-ministros Braga Netto e Augusto Heleno; e o ex-chefe da Ajudância de Ordens Mauro Cid.
A justificativa é o possível envolvimento desses citados em crimes como associação criminosa, violência política, abolição violenta do Estado Democrático de Direito e golpe de Estado. Os pedidos ainda precisam ser aprovados pela comissão — a deliberação começou nesta quarta-feira (18/10).
Depois disso, o documento é enviado aos órgãos competentes, como Ministério Público, que decidem seguir ou não com as denúncias.
Zambelli xingou na comissão
A deputada Carla Zambelli (PL-SP) compareceu à sessão da CPMI dessa quarta-feira e leu comentários recebidos em suas redes sociais, inclusive xingamentos. Isso irritou o presidente da CPMI, que a interrompeu. A parlamentar recebeu direito de fala após ser citada no relatório de Eliziane.
“Acabou pra você, pistoleira. Vai para a cadeia mamar a r*la do seu presidente genocida”, reproduziu Zambelli. O presidente da comissão, Arthur Maia (União-BA), solicitou que as palavras sejam retiradas da ata: “Nós, como pessoas públicas, somos ofendidos nas redes sociais, mas isso não dá o direito de virmos em uma CPMI transmitida para o país inteiro e proferir palavras de baixo calão”.