Relator do Marco Temporal na Câmara critica Marina: “Ministra xiita”
O parlamentar chamou Marina Silva de “xiita” e a acusou de ser “inimiga do crescimento econômico”
atualizado
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O relator do Marco Temporal das terras indígenas na Câmara dos Deputados, Arthur Maia (União-BA), criticou a ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, nas redes sociais. O parlamentar chamou Marina de “xiita” e a acusou de ser “inimiga do crescimento econômico”.
Em publicação no Twitter, Arthur Maia, que também é relator da Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) do 8 de janeiro, afirmou que o governo federal tem uma série de “dilemas” e fez críticas à esquerda.
Ele citou como um dos problemas a proibição do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente (Ibama), órgão vinculado ao Meio Ambiente, à Petrobras para explorar petróleo na foz do Amazonas.
“O dilema do governo é ter apenas 130 deputados alinhados ideologicamente com a esquerda; precisar que o agronegócio continue sustentando a balança comercial; ter uma ministra do Meio Ambiente xiita que quer fazer do Ibama uma arma inimiga do crescimento ambiental”, escreveu. Veja:
Depois, Maia publicou um vídeo em que pessoas aparecem atirando pedras contra uma anta. Não há informações sobre a origem das imagens, mas o deputado as atribuiu a um grupo indígena.
Maia criticou ativistas da causa indígena e disse que os grupos “querem terra para fazer isso”. O deputado disse esperar que o texto do Marco Temporal seja aprovado para que o país “volte a ter ordem”.
“Será se a Gretha, Mark Ruffalo, DiCaprio farão textões na internet? Será se a ministra do Meio Ambiente falará algo? Agora me digam uma coisa: querem tanta terra para fazer isso? Espero realmente que o Marco Temporal passe e voltemos a ter ordem no nosso país”, concluiu.
Texto vai ao Senado
O texto do Marco Temporal foi aprovado pelo plenário da Câmara dos Deputados no fim de maio, levando o governo federal a mais uma derrota na Casa Baixa, já que o projeto é contrário às pautas ambiental e social defendidas pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PL).
Agora, o texto segue para apreciação do Senado Federal, mas ainda não há previsão de que a matéria entre em pauta. Quem decide quando o projeto será votado é o presidente da Casa Alta, Rodrigo Pacheco (PSD-MG).
Se aprovada, a legislação apenas reconhecerá como terras demarcadas aquelas já ocupadas pelos povos originários no dia da promulgação da Constituição Federal de 1988.