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Reitor da UFSC é encontrado morto dentro de shopping

A suspeita é que Luis Carlos Cancellier tenha se jogado minutos após o local abrir. Ele era investigado por desvio de recursos federais

atualizado

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Divulgação/Assembleia Legislativa de Santa Catarina
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1 de 1 reitor - Foto: Divulgação/Assembleia Legislativa de Santa Catarina

O reitor afastado da Universidade Federal de Santa Catarina, Luis Carlos Cancellier Olivo, foi encontrado morto nesta segunda-feira (2/10) no Beiramar Shopping, em Florianópolis. Ele teria se jogado de um vão central do shopping. A carteira de habilitação do reitor foi encontrada em seu bolso.

O Instituto Médico-Legal está no local e fez a identificação. Segundo a assessoria do IML, o corpo está passando por perícia. O Beiramar Shopping abriu às 10h nesta segunda. Os investigadores suspeitam que Luis Carlos Cancellier tenha se jogado minutos após o local abrir. A universidade ainda não se pronunciou oficialmente. O pró-reitor de Extensão da Universidade, Rogério Cid Bastos, foi ao shopping e reconheceu o corpo.

Segundo o chefe de gabinete da UFSC, Áureo Mafra de Moraes, Cancellier iniciou um tratamento psicológico após ter sido preso em 14 de setembro. “Ele estava passando por uma situação de estresse pós-traumático, fazendo tratamento psicológico à base de remédios”, disse Moraes.

Luis Carlos Cancellier de Olivo é investigado na Operação Ouvidos Moucos, que apura irregularidades na aplicação de recursos federais no valor de R$ 80 milhões recebidos pela Universidade para cursos de educação a distância (EaD).

A ordem de custódia temporária por cinco dias e de afastamento do cargo havia sido decretada em 25 de agosto pela juíza Janaína Cassol Machado, da 1.ª Vara Federal de Florianópolis. O reitor e outros seis investigados foram soltos em 15 de setembro pela juíza Marjôrie Cristina Freiberger, que substituía Janaína Cassol Machado – naquele dia, ausente por motivos médicos.

A delegada de Polícia Federal Erika Mialik Marena, da Ouvidos Moucos, afirmou em representação à Justiça que Luis Carlos Cancellier tentou “obstaculizar investigações internas”.

As diligências começaram a partir de suspeitas de desvio no uso de recursos públicos em cursos de Educação a Distância oferecidos pelo programa Universidade Aberta do Brasil (UAB) na Federal de Santa Catarina. Segundo a PF, o sistema EaD/UAB recebe verbas em duas frentes: “a de custeio, gerida pelas fundações de apoio mediante contratos com a UFSC, e com todos os desvios, e a das bolsas Capes, que deveriam ser pagas aos professores e tutores do EaD”.

Cancellier é reitor da Universidade Federal de Santa Catarina desde março de 2016. A PF afirma que ele “criou a Secretaria de Educação a Distância para estar acima do já existente Núcleo UAB, vinculando-a diretamente à Reitoria”.

“Nomeou no âmbito do EaD os professores do grupo que mantiveram a política de desvios e direcionamento nos pagamentos das bolsas do EaD. Procurou obstaculizar as investigações internas sobre as irregularidades na gestão de recursos do EaD, pressionou para a saída da professora Taisa Dias do cargo de coordenadora do EaD do curso de Administração. Recebedor de bolsa do EaD via Capes e via Fapeu”, destacou a Polícia Federal.

A Operação Ouvidos Moucos investiga repasses que totalizam cerca de R$ 80 milhões. Foi identificado que docentes da UFSC, empresários e funcionários de instituições e fundações parceiras teriam atuado para o desvio de bolsas e verbas de custeio por meio de concessão de benefícios a pessoas sem qualquer vínculo com a Universidade.

A reportagem tentou contato com a advogada Nivea Cadermatori, que defende Cancellier na Ouvidos Moucos. O espaço está aberto para manifestação.

 

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