Regalias e transferências marcaram seis anos de prisão de Cabral
Ex-governador Sérgio Cabral chegou a ser transferido para Curitiba após vistoria encontrar camarões e bolinhos de bacalhau na prisão
atualizado
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Prestes a ser solto após seis anos de regime fechado, Sérgio Cabral não deixou de ser notícia na prisão. Casos envolvendo regalias e transferências, incluindo uma controversa, marcaram o período.
Cabral foi governador do Rio de Janeiro entre 2007 e 2014. Ele foi preso em novembro de 2016, acusado de cobrar propina em contratos públicos, em uma operação da Lava Jato. O ex-governador inclusive confessou os crimes.
A prisão de Cabral foi revogada pela 2ª turma do Supremo Tribunal Federal (STF) na sexta-feira (16/12) com 3 votos a favor e 2 contrários. O voto do ministro Gilmar Mendes foi o desempate.
Essa decisão do STF considerou que o prazo da prisão preventiva já tinha passado. Não é uma decisão definitiva sobre os rumos dos processos contra Cabral.
Camarão na cadeia
Quando esteve preso na Cadeia Pública em Benfica, Sérgio Cabral tinha um home theater doado por igrejas evangélicas.
Ele teria recebido encomendas de restaurantes de luxo, já que sabia os pontos da prisão que não eram alcançados pelo videomonitoramento.
Uma inspeção do Ministério Público encontrou camarão e bolinho de bacalhau na cela do ex-governador.
Esses luxos fizeram com que Cabral fosse transferido para a prisão em Curitiba, no Paraná, em 2018. Na transferência, ele foi algemado nos braços e pés, o que gerou críticas. Três meses depois ele retornou para a prisão em Bangu, no Rio, por decisão judicial.
Fundo falso
Já na prisão onde está atualmente, em Niterói (RJ), foi encontrado um fundo falso em uma prateleira na cela de Cabral, durante uma vistoria no início do ano.
Na mesma vistoria, o ex-governador estava em uma área externa, de onde foi lançada uma sacola que continha três celulares, um relógio Apple Watch, mais de mil reais em espécie, relógio e cigarros “aparentemente de maconha”.
Cabral deve ser solto na próxima segunda-feira (19/12) após a justiça do Paraná ser notificada e emitir o alvará de soltura.