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Sob articulação de Lira, governo Lula tem vitória com a reforma tributária. Veja mudanças

A reforma tributária como um todo não avançava no Congresso Nacional há décadas. A matéria ainda será analisada no Senado

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Sob articulação de Arhur Lira, governo Lula tem vitória com a reforma tributária na câmara 1
1 de 1 Sob articulação de Arhur Lira, governo Lula tem vitória com a reforma tributária na câmara 1 - Foto: Vinícius Schmidt/Metrópoles

Com a aprovação expressiva da reforma tributária entre a noite de quinta (6/7) e a madrugada de sexta-feira (7/7), o governo de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) emplaca uma das vitórias mais significativas no Congresso Nacional neste primeiro semestre. A proposta enfrentou grande resistência, mas — sob a articulação do presidente da Casa Baixa, Arthur Lira (PP-AL) — conseguiu ser emplacada na Câmara dos Deputados. O texto agora vai ao Senado.

A sessão para discutir e apreciar a matéria teve início às 11h de quinta-feira e foi finalizada na madrugada do dia seguinte, por volta da 1h30. Em primeiro turno, a reforma foi aprovada por 382 votos a favor, 118 contra e três abstenções. Em segundo turno, contabilizaram-se 375 votos favoráveis, 113 contrários e três abstenções.

Antes de seguir para o Senado Federal, os deputados precisam aprovar destaques (sugestão de mudanças) ao texto-base, o que deve ser feito nesta sexta (7/7). O Senado deve analisar o tema no segundo semestre, após o recesso parlamentar.

A alteração no modelo tributário é discutida há cerca de 20 anos no Legislativo. Em busca de uma agenda positiva também para si, Lira montou uma “supersemana” na pauta da Casa para aprovar a matéria relatada pelo deputado Aguinaldo Ribeiro (PP-PB).

Apesar da sinalização clara do governo, em especial do ministro Fernando Haddad, da Fazenda, a favor da reforma tributária, Lira e os parlamentares que defendiam a proposta investiram no discurso de que a pauta interessa ao país, não necessariamente a este ou àquele governo. Tanto o presidente da Casa quanto o relator afirmaram, nos últimos dias, que o tema não se tratava de uma briga entre Lula e o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). Ambos tentaram minimizar a politização em torno da proposta.

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Deputados federais durante sessão no plenário
Votação da reforma tributária na Câmara dos Deputados
Votação da reforma tributária na Câmara dos Deputados
Plenário da Câmara dos Deputados durante votação da reforma tributária
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Deputados federais durante sessão no plenário

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Deputados federais Arthur Lira e Aguinaldo Ribeiro

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Deputado federal José Guimarães (PT-CE) discursa no plenário da Câmara

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O presidente da Câmara, Arthur Lira

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Deputado federal Arthur Lira (PP-AL)

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Deputados federais conversam durante sessão na Câmara

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Deputados federais conversam durante sessão na Câmara

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Deputado federal Arthur Lira no plenário da Câmara dos Deputados

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Deputados Arthur Lira (PP) e José Guimarães (PT)

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Plenário da Câmara dos Deputados durante sessão

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Deputado federal Aguinaldo Ribeiro

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Articulações

Para viabilizar a aprovação do texto da reforma tributária, o presidente da Câmara fez uma série de negociações com objetivo de destravar a matéria. Em movimento simbólico, na noite de quinta, Lira foi à tribuna para um manifesto favorável à proposta.

“Estamos vivendo um momento histórico para o país e para as nossas vidas parlamentares. O país olha para este plenário esperando uma resposta nossa para a aprovação de uma reforma tributária justa, neutra, que dê segurança jurídica e promova o desenvolvimento econômico e social. Não podemos nos furtar a essa responsabilidade”, disse.

Veja:

Desconfiança

O posicionamento incisivo do presidente da Câmara a favor da reforma tributária causou, no entanto, desconfiança nos articuladores do entorno de Lula, que avaliam que Lira enfrenta uma espécie de “ressaca” após ter emparedado o governo em momentos recentes.

Assessores palacianos acreditam que, ao tentar mostrar força política, Lira exagerou na dose e acabou por gastar muito capital político. Agora, o parlamentar está aceitando uma arrumação, por isso se empenhou pela aprovação da matéria.

Reforma tributária

A matéria aprovada prevê a criação de um único imposto sobre consumo: o Imposto de Valor Agregado (IVA) dual, com duas frentes de cobrança, para substituir cinco tributos.

Neste caso, os modelos atuais dos tributos federais (IPI e PIS/Cofins) seriam substituídos por uma frente chamada Contribuição Sobre Bens e Serviços (CBS). Já os impostos estadual (ICMS) e municipal (ISS) seriam substituídos pelo Imposto Sobre Bens e Serviços (IBS).

A reforma tributária está parada no Congresso há quase 20 anos e virou uma das principais metas econômicas do governo Lula. No entanto, o texto foi alvo de divergências, principalmente entre governadores e prefeitos, que discordaram de alguns pontos; entre eles, a unificação dos impostos.

Outro trecho da reforma estabelece a criação de um Conselho Federativo, formado por representantes de estados e municípios, que seria responsável por arrecadar o IBS e por repassá-lo aos entes federativos.

O deputado Aguinaldo Ribeiro (PP-PB) apresentou, em 22 de junho, o substitutivo da proposta de emenda à Constituição que trata da reforma tributária (PEC nº 45/2019); um novo relatório, com mudanças, foi encaminhado na noite de quarta-feira (5/7).

Veja os principais pontos da reforma:

A reforma em discussão tem como um dos principais objetivos unificar impostos que incidem sobre o consumo. A proposta cria o Imposto sobre Valor Adicionado (IVA) dual, ou seja, com duas frentes de cobrança, que vão substituir cinco tributos existentes hoje.

  • IVA Federal: é chamado de Contribuição Sobre Bens e Serviços (CBS). Ele vai substituir o IPI e o PIS/Cofins recolhidos pela União. Começa a entrar em vigor em 2026 e será adotado de forma generalizada em 2027;
  • IVA Subnacional: é o Imposto Sobre Bens e Serviços (IBS), que substituirá o ICMS (estadual) e o ISS (municipal). Terá adoção gradual entre 2029 e 2032.

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