metropoles.com

Reforma deve impor 40 anos de contribuição para aposentadoria integral

Proposta elaborada pela equipe econômica sofreu poucas modificações e será apresentada nesta quarta ao Congresso pelo presidente

atualizado

Compartilhar notícia

Google News - Metrópoles
Felipe Menezes/Metrópoles
Carteira de Trabalho
1 de 1 Carteira de Trabalho - Foto: Felipe Menezes/Metrópoles

A reforma da Previdência do presidente Jair Bolsonaro chega, nesta quarta-feira (20/2), ao Congresso Nacional tendo como principal fiador o ministro da Economia, Paulo Guedes. Segundo fontes que acompanham a negociação do texto que endurece as regras para se aposentar no Brasil, o presidente mexeu pouco na proposta apresentada pela equipe econômica. Concordou em manter o alcance das mudanças para todas as categorias da iniciativa privada e do setor público, incluindo militares e políticos, para barrar as resistências de grupos organizados que já se formam no Congresso em meio a uma base aliada ainda desorganizada na Câmara.

Na versão do texto discutida até terça (19) à noite, ficou definida a exigência de 40 anos de contribuição para que os segurados do INSS recebam 100% do salário de contribuição, desde que respeitado o teto do INSS (hoje em R$ 5,839 mil). O valor é o mesmo que está na minuta da proposta antecipada há duas semanas pela reportagem.

A regra só vale para os segurados que ganham acima de um salário mínimo. Eles teriam direito a 60% do benefício ao completar 20 anos de contribuição – que passaria a ser o tempo mínimo (hoje, é de 15 anos). A cada ano adicional, são conquistados mais 2 pontos porcentuais. Por exemplo, quem conseguir ficar 35 anos recolhendo para a Previdência, vai receber 90% do salário de contribuição. Para quem ganha o piso, nada muda, uma vez que o texto proíbe o pagamento de qualquer aposentadoria abaixo de um salário mínimo.

O governo já anunciou oficialmente que a idade mínima para aposentadoria na proposta será de 62 anos para mulheres e 65 anos para homens. O prazo de transição será de 10 anos para homens e de 12 anos para mulheres.

A proposta será levada à Câmara por Bolsonaro e Paulo Guedes. O governo fechou na terça um plano de comunicação que envolve uma força-tarefa de encontros separados, incluindo o presidente do Supremo Tribunal Federal, Dias Toffoli, e um grupo de governadores que negociam um novo socorro da União em troca de apoio.

O dia “D” da reforma começa com um encontro de Bolsonaro com parlamentares do seu partido, o PSL, e termina com um pronunciamento, de rádio e televisão, do presidente à Nação. Na quinta-feira (21), Guedes vai a São Paulo para reuniões de apresentação do texto a sindicalistas, empresários e representantes do mercado financeiro. O pontapé inicial da reforma começa com otimismo em relação à sua aprovação, mas no Congresso já se espera uma desidratação do texto nas negociações e um prazo de, pelo menos, um ano para aprovação nas duas Casas.

A reforma da Previdência é considerada essencial para a sustentabilidade das contas públicas. Só no ano passado, o buraco para pagar os benefícios do INSS – sistema público que atende aos trabalhadores do setor privado – e do regime próprio dos servidores públicos, além do sistema dos militares, foi de R$ 290,3 bilhões.

Termo “reforma” some das peças publicitárias
O governo quer evitar na campanha publicitária o uso da palavra “reforma” para se referir à proposta de endurecimento nas mudança nas regras das aposentadorias e pensões. Com o slogan Nova Previdência: Justa para todos. Melhor para o Brasil, a ideia é reforçar que as medidas atinjam todas as categorias, que precisarão dar sua “cota de sacrifício” para a sustentabilidade das contas públicas. Outro enfoque será no fim dos privilégios de alguns grupos. A campanha será produzida pela agência Artplan.

Antes da crise política, a ideia era que o próprio presidente Jair Bolsonaro fosse o garoto-propaganda para explicar à população os principais pontos da reforma. Para a equipe, o apoio de mais de 57 milhões de votos e a penetração que o presidente tem nos canais digitais pode evitar os erros de comunicação assumidos pelo governo anterior.

Quais assuntos você deseja receber?

Ícone de sino para notificações

Parece que seu browser não está permitindo notificações. Siga os passos a baixo para habilitá-las:

1.

Ícone de ajustes do navegador

Mais opções no Google Chrome

2.

Ícone de configurações

Configurações

3.

Configurações do site

4.

Ícone de sino para notificações

Notificações

5.

Ícone de alternância ligado para notificações

Os sites podem pedir para enviar notificações

metropoles.comNotícias Gerais

Você quer ficar por dentro das notícias mais importantes e receber notificações em tempo real?