Reforma de ministério “fantasma” na Esplanada custará R$ 100 milhões
Ministério da Economia anunciará obras de reparo na ex-sede do Comando do Exército, no Bloco O. Prédio está subutilizado desde 2015
atualizado
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Nas próximas semanas, a Secretaria de Patrimônio da União e o Ministério da Economia anunciarão obras de reparo na ex-sede do Comando do Exército, de responsabilidade do Ministério da Defesa, no Bloco O da Esplanada, abandonado há quatro anos. O projeto custará ao menos R$ 100 milhões, segundo adiantou o governo federal ao Metrópoles.
Desde quando o órgão verde-oliva deixou a Esplanada, em 2015, o prédio ficou subutilizado. Mesmo sem atividades, o custo de manutenção ultrapassa R$ 100 mil mensais com vigilância e eletricidade. O governo federal desembolsou com a estrutura abandonada R$ 5,6 milhões durante esse período.
Apesar de dar detalhes sobre o futuro da estrutura, o Ministério da Economia faz suspense sobre qual órgão público está interessado em ocupar o prédio. “O anúncio será feito assim que finalizarmos o processo”, resumiu, em nota, ao destacar que a negociação está sendo finalizada.
Os custos aos cofres públicos para a reativação da estrutura podem ficar ainda mais altos. O valor inicial, de R$ 100 milhões, está previsto apenas para garantir obras básicas. “Entretanto, podem ocorrer alterações caso haja atualização do projeto a cargo do novo gestor do prédio”, previne-se o Ministério da Economia.
O prédio foi construído em 1950, em um espaço de 24 mil metros quadrados, e nunca recebeu reforma estrutural. Quando os oficiais do Exército deixaram o espaço, a promessa do governo era reduzir gastos com manutenção. À época, o funcionamento da estrutura, capaz de receber quase 1,7 mil servidores, custava 30% a mais do que o dos outros prédios.
Uma obra planejada ainda no governo da ex-presidente Dilma Rousseff (PT) nunca saiu do papel. Inicialmente, a necessidade de reparos nas instalações elétricas, hidráulicas e de acessibilidade obrigou os militares a deixarem o edifício.
Entre as modificações previstas pelo hoje extinto Ministério do Planejamento estavam a instalação de sistema de gerenciamento e automação da iluminação, da rede óptica e do ar-condicionado, além de reformas hidráulicas, com captação de água da chuva e dos drenos nas saídas de ar-condicionado.
Abandono
Sem reforma, o prédio virou uma espécie de “ministério fantasma” no coração da capital federal. O Metrópoles mostrou a situação em 27 de julho. O único movimento visto no local é o de motoristas, que, no estrangulado estacionamento do centro de Brasília, ocupam as vagas ociosas do bloco desativado.
O presidente Jair Bolsonaro (PSL) chegou a cogitar a ocupação durante sua reforma ministerial. O projeto, contudo, não vingou. A mais recente intervenção no prédio foi a colocação de um painel com propaganda da Previdência.
Apesar de ter sido ocupado pelo Ministério da Defesa, atualmente a pasta militar não tem qualquer gerência sobre a estrutura. O prédio é de responsabilidade da Secretaria de Patrimônio da União.