Redução de R$ 0,46 no diesel custará R$ 9,5 bi ao governo, diz Guardia
Ministro da Fazenda ressaltou ainda que não há mais espaço para nova queda no preço do combustível
atualizado
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Conforme afirmou o ministro da Fazenda, Eduardo Guardia, nesta segunda-feira (28/5), o acordo firmado pelo governo federal com os representantes dos caminhoneiros causará um impacto de, no máximo, R$ 9,5 bilhões aos cofres públicos. O montante será pago, em parte, com a redução dos impostos que incindem sobre o diesel. A outra fatia, com subsídio da União.
O chefe da pasta explicou que R$ 0,16 será retirado de tributos (Cide, PIS e Cofins) e os outros R$ 0,30 serão bancados pelo governo por meio da liberação de um crédito extraordinário. “Essa redução é amplamente clara, legal e segura do ponto de vista fiscal. Estamos fazendo todas as compensações necessárias”, garantiu.
O ministro ressaltou a importância da aprovação do projeto de reoneração no Congresso Nacional para dar prosseguimento às medidas.
“Tão logo o Congresso aprove a reoneração da folha, iremos dar seguimento ao acordado com os caminhoneiros. O governo está full time trabalhando nas negociações. Assinamos um termo de compromisso e, agora, acreditamos ter chegado a um conjunto de medidas. Nossa expectativa é de que o transporte de cargas volte a funcionar”, disse Guardia.
Guardia ainda disse que as cintas do estado não são capazes de suportar mais reduções. “Não há disponibilidade fiscal. O preço do petróleo não é definido pelo governo e aumentou no mundo inteiro”, ressaltou.
Acordo
Na noite do domingo (27), o presidente Michel Temer anunciou a redução de R$ 0,46 no preço do diesel nas bombas por 60 dias. Além disso, a Petrobras só irá reajustar os preços praticados a cada 30 dias.
“Fomos ao limite para reorganizar a situação. Não é o governo que estabelece o preço do petróleo. As commodities subiram no mundo inteiro. Não temos condições fiscais de ir além disso. O mundo inteiro está pagando mais caro pelo produto. O governo não fará nenhum controle de política de preços. Isso é com a Petrobras”, reforçou o ministro da Fazenda em coletiva.
As medidas foram anunciadas após sete dias de greve dos caminhoneiros – que causou uma crise de abastecimento geral no país. Na manhã desta segunda (28), ainda há registro de manifestações e paralisações em algumas rodovias federais.