metropoles.com

Recuperados e moradores da Cracolândia pedem menos violência e mais médicos

A demanda foi apresentada ao candidato Guilherme Boulos (PSol), que ouviu críticas às gestões de Doria e de Haddad na região

atualizado

Compartilhar notícia

Google News - Metrópoles
Fábio Vieira/Especial Metrópoles
Guilherme Boulos conversa sobre Cracolândia
1 de 1 Guilherme Boulos conversa sobre Cracolândia - Foto: Fábio Vieira/Especial Metrópoles

São Paulo – Moradores da região da Luz, conhecida como Cracolândia, no centro de São Paulo, e profissionais que trabalham com essa população se encontraram, nesta sexta-feira (30/10), com o candidato Guilherme Boulos (PSol) no Teatro de Contêiner, espaço cultural local.

No programa de governo de Boulos, há a proposta de lidar com a região aliando políticas públicas de moradia, emprego e saúde, com ênfase em saúde mental.

Na reunião, o candidato chegou a elogiar o falecido programa Braços Abertos, do ex-prefeito Fernando Haddad (PT). Na iniciativa, a população era incentivada a reduzir o consumo de drogas por meio da oferta de emprego e moradia (os participantes ganhavam R$ 15 por dia por serviços como varrição e reciclagem).

O programa foi desmontado com a entrada de João Doria (PSDB) e Bruno Covas (PSDB) na Prefeitura.

10 imagens
1 de 10

Cracolândia: região demanda menos violência e mais médicos.

Rafaela Felicciano/Metrópoles
2 de 10

Rafaela Felicciano/Metrópoles
3 de 10

Rafaela Felicciano/Metrópoles
4 de 10

Rafaela Felicciano/Metrópoles
5 de 10

Rafaela Felicciano/Metrópoles
6 de 10

Rafaela Felicciano/Metrópoles
7 de 10

Rafaela Felicciano/Metrópoles
8 de 10

Rafaela Felicciano/Metrópoles
9 de 10

Rafaela Felicciano/Metrópoles
10 de 10

Rafaela Felicciano/Metrópoles

Segundo os profissionais que trabalham com a população da Cracolândia, o iniciativa petista tinha efetividade, mas pecou por abordagens equivocadas e por não ser uma política de Estado.

“As varrições, às vezes, aconteciam sob escolta. A GCM (Guarda Civil Municipal) não sabia lidar com a população. Os hotéis não tinham mediadores e alguns não ofereciam o mínimo, como água potável”, disse Raphael Escobar, educador social e artista que promove rodas de samba e pagode na região.

Ao Metrópoles, Escobar disse que, apesar das críticas a Fernando Haddad (PT), a gestão fez alguma ação. “O que queremos é melhorar as ações que foram bem sucedidas em alguma medida. Quando Doria entrou foi um desastre”, afirmou, sobre o atual governador.

Política de Estado

Atuando na área há 22 anos, a psicóloga clínica Maria Angélica Comis demandou na região uma política de Estado, com cargos preenchidos por técnicos e especialistas em saúde e políticas públicas.

“As ações duram dois ou três anos e são descontinuadas. Precisamos de uma política de Estado, juridicamente compromissada em resolver o problema, com especialistas e não com indicados por partidos políticos, que mal sabem circular por essas ruas”, afirmou Comis.

A psicóloga reclamou do desconhecimento do governo sobre a região. Para ela, há uma atenção desproporcional a inibir o consumo de crack, enquanto persiste um quadro generalizado de alcoolismo e crianças e adolescentes correm risco de saúde pelo uso de loló, também conhecido como lança-perfume.

“No ano passado houve o registro de morte de 11 crianças em situação de rua por parada cardiorrespiratória decorrente do consumo de loló”, afirmou a psicóloga.

O evento foi encerrado pelo poeta Fábio Rodrigues. “Eu sou cria desse chão”, se apresentou Rodrigues aos presentes, contando que acaba de receber alta de uma internação para se recuperar do vício em drogas. “Eu tive acompanhamento de um psicólogo e de um psiquiatra. Valeu a pena. Hoje, eu estou aqui fazendo meu corre para comer meu pão.”

Os moradores da região querem mais atenção médica, banheiros e hospedagem digna e menos violência policial que, segundo eles, sempre recai sobre a população de rua e não sobre os traficantes de drogas que circulariam livremente.

6 imagens
1 de 6

Guilherme Boulos (PSol) ouve moradores da região da Cracolândia no Fórum Mundaréu, no Teatro Contêiner, na sexta-feira (30/10)

Fábio Vieira/Especial Metrópoles
2 de 6

Fábio Vieira/Especial Metrópoles
3 de 6

Fábio Vieira/Especial Metrópoles
4 de 6

Fábio Vieira/Especial Metrópoles
5 de 6

Fábio Vieira/Especial Metrópoles
6 de 6

Fábio Vieira/Especial Metrópoles

Guilherme Boulos falou aos jornalistas apenas ao fim do evento. Usando o exemplo de Fábio Rodrigues, defendeu a proposta de abordagem terapêutica com a implantação de um Caps (Centro de Atenção Psicossocial) na região, fazendo abordagens não coercitivas e promovendo a redução de danos.

“Essa política de porrada, porrada, porrada e falta de oportunidade. Nós temos que dar incentivos para que as pessoas voltem à vida em sociedade”, afirmou o candidato.

Ataques de Celso Russomanno

Após indicação de queda nas pesquisas, Celso Russomanno (Republicanos), que é o 2º na preferência do eleitorado, passou a atacar Guilherme Boulos, que está em 3º. Brevemente, ao fim do evento, o candidato disse o “problema do Russomanno é de caráter; o que ele diz sobre a população de rua é de uma desumanidade”.

Para o candidato, ser “alvo do Russomanno significa ser alvo do gabinete do ódio”. “Ontem o Dudu Bananinha [Eduardo Bolsonaro] já estava me atacando. Nós vamos responder com verdades. Todos os dias estou esclarecendo fake news nas minhas lives”, afirmou Boulos.

Compartilhar notícia

Quais assuntos você deseja receber?

sino

Parece que seu browser não está permitindo notificações. Siga os passos a baixo para habilitá-las:

1.

sino

Mais opções no Google Chrome

2.

sino

Configurações

3.

Configurações do site

4.

sino

Notificações

5.

sino

Os sites podem pedir para enviar notificações

metropoles.comNotícias Gerais

Você quer ficar por dentro das notícias mais importantes e receber notificações em tempo real?