Recuperação surpreendente: veja como estão as gêmeas siamesas separadas em GO
As gêmeas receberam alta médica há quase um mês e levam vida normal. Segundo médico, Heloá e Valentina estão ótimas
atualizado
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Goiânia – Após passarem por uma cirurgia delicada, com mais de 17 horas de duração, as gêmeas siamesas que foram separadas na capital goiana, Heloá e Valentina, de 3 anos, se recuperam de forma surpreendente, segundo o médico responsável pelo procedimento, Dr. Zacharias Calil.
As meninas estão em casa desde o dia 3 de março, após ficarem 51 dias internadas no Hospital Estadual da Criança e do Adolescente (Hecad). Elas já se alimentam normalmente e seguem um dia de cada vez, buscando a recuperação total dos ferimentos.
“Estão ótimas”
O pai das gêmeas, Fernando Santos, de 28 anos, afirmou ao Metrópoles que as meninas “estão ótimas”. Para ele, a saída do hospital foi um alívio, já que em casa consegue cuidar das filhas de forma mais próxima. “Em casa é melhor, né? A gente consegue fazer a comidinha que elas gostam, elas podem brincar com a irmã mais velha, a gente consegue ficar mais perto, elas estão bem demais”, afirmou ele.
Morando na cidade de Morrinhos, a cerca de 132 km da capital goiana, Fernando conta que, desde a alta médica, às segunda-feiras ele volta com as meninas para Goiânia, para a troca dos curativos e avaliação periódica do Dr. Zacharias Calil. Para isso, ele relatou que recebe uma ajuda da prefeitura da cidade, que lhe oferece 25 litros de combustível.
“Eu levo elas toda segunda-feira para fazer a troca do curativo. A situação ainda é delicada. A Heloá diz o médico que a cicatrização está perfeita, mas a Valentina, ainda não. A gente só faz o curativo em casa se for muito necessário, se sujar muito, se não é só no hospital”, conta ele.
Habituado as rotinas que viveu no hospital, Fernando e a esposa, Waldirene Prado, de 34 anos, estimulam as filhas com fisioterapia em casa, já que ainda não há previsão para que elas sigam para esse tipo de tratamento. Na expectativa de que as gêmeas voltem a caminhar, o pai diz que elas já arriscam os primeiros passos.
“Antes de fazer qualquer tipo de tratamento, a gente precisa fechar todos os ferimentos. Então não tem previsão para fazer fisioterapia ainda. Na maioria das vezes, a gente dá banho nelas na cama, por causa dos curativos. Mas, quando a gente dá banho normal, aproveitamos para fazer alguns exercícios que a gente aprendeu no hospital, mexemos as pernas delas”, diz ele.
“A Heloá já se apoia na cama, no sofã, tenta ficar em pé, arrisca uns passinhos apoiada. A Valentina consegue ficar sentada com o corpo firme. É um dia de cada vez”, conta ele esperançoso.
“Surpreenderam a todos”
À reportagem, Zacharias Calil declarou que a recuperação das gêmeas surpreendeu até a equipe médica. “Na primeira vez que me reuni com a família, eu informei que seriam, pelo menos, três meses de internação e a perspectiva era de uma estado de saúde muito grave, mas a recuperação delas foi surpreendente”, ressaltou.
“A Heloá está com tudo praticamente fechado. A Valentina ainda tem curativos mais intensivos, talvez ela passe por um pequeno procedimento superficial, mas vamos tentar segurar ao máximo sem fazer nada invasivo. Porém, elas estão super ativas, às vezes, preciso até dizer que é preciso ir mais devagar. Dias desses elas estavam no parque comendo batata frita”, contou aos risos.
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Satisfeito com a situação das meninas, Calil explicou que aos poucos e com o tempos, as gêmeas vão recuperar os movimentos e terão uma vida normal. “Elas vão recuperar a mobilidade aos poucos, acho que tem que deixar naturalmente, porque se a gente forçar pode ser que elas tenham uma distensão muscular ou algo do tipo. Elas não têm a musculatura abdominal, temos que ir com calma, é apenas uma tela que protege”, afirmou.
Ajuda
Fernando e Waldirene, que também tem outra filha, Kayla, de 7 anos, estão desempregados. Ao portal, ele disse que os dois tinha ajuda da mãe de Waldirene, no entanto, ela precisou voltar para São Paulo, estado natal do casal e, agora, eles estão por conta dos cuidados das gêmeas.
Segundo ele, eles recebem o Bolsa Família, o auxílio de combustível da prefeitura de Morrinhos, além de doações de vizinhos e moradores da cidade. Caso exista o interesse em ajudá-los, pode ser feito via PIX: 37619382844 (Waldirene Prado).
A família é natural de Guararema, no interior de São Paulo, mas desde 2021 mora no município de Morrinhos, para ficarem mais próximas da capital goiana e facilitar a logística para a realização dos procedimentos médicos.
Cirurgia complexa
As gêmeas siamesas Heloá e Valentina nasceram unidas pelo abdômen, compartilhando parte do tórax, bacia, fígado, intestinos delgado e grosso e genitálias. Elas foram separadas no dia 11 de janeiro, em um procedimento cirúrgico complexo de mais de 17 horas de duração.
Segundo o médico responsável pela operação, foi necessário utilizar uma tela no abdômen das garotas devido à falta de pele para o fechamento. Além disso, as gêmeas siamesas tiveram o fígado e o intestino divididos.