Recuperação do RS após enchente consumiu bilhões. Saiba quanto custou
Estado experimentou chuvas no fim de abril e início de maio de 2024 que destruíram boa parte da infraestrutura
atualizado
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O governo federal aplicou R$ 100,4 bilhões em ações de reconstrução do Rio Grande do Sul. O estado foi duramente atingido por chuvas que causaram inundações entre abril e maio do ano passado. Houve danos severos na infraestrutura e 183 mortes foram registradas relacionadas às enchentes. O desastre ambiental foi um dos maiores da história do Brasil.
Dos R$ 100,4 bilhões, R$ 17,5 bilhões foram para antecipação de benefícios e prorrogação de tributos. O restante foi aplicado em 55 diferentes rubricas. O amplo espectro de indicação de recursos é um sintoma de como um evento climático extremo tem potencial de desfazer todo um ecossistema econômico e social.
Dentre os 55 tipos de aplicações de recursos estão desde valores para custeio de serviços de saúde dos povos indígenas a reconstrução de estruturas. A maior rubrica foi para o Programa Nacional de Apoio às Microempresas e Empresas de Pequeno Porte (Pronampe) Solidário, com R$ 30 bilhões. O valor é destinado a empresas e teve como uma das principais preocupações do governo a preservação dos empregos.
O último boletim da Defesa Civil do Rio Grande do Sul sobre a tragédia informou 183 mortes e 27 desaparecidos. Também houve 806 pessoas feridas. As chuvas afetaram 2.398.255 dos 10.882.965 de gaúchos. Dos 497 municípios, 478 enfrentaram alguma consequência das chuvas.
Prejuízos
Além das vidas perdidas, os prejuízos materiais alcançaram residências, negócios na cidade e no campo. A Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural do Rio Grande do Sul (Embrapa-RS) estimou que mais de 3 milhões de hectares precisavam de recuperação.
O solo do estado é de fundamental importância para a agricultura regional. O Rio Grande do Sul é um importante exportador de arroz, por exemplo.
Há sinais de que a injeção de recursos públicos no Rio Grande do Sul levou a uma recuperação da economia. De janeiro a outubro, a indústria do Rio Grande do Sul avançou 0,2% na comparação com igual período de 2024. O dado é do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
Outro destaque na economia do Rio Grande do Sul é a ocupação dos postos de trabalho. A taxa de desocupação para pessoas com 14 anos ou mais encerrou o trimestre agosto, setembro, outubro/2023 em 7,6%. O resultado do mesmo trimestre em 2024 demonstrou um recuo para 6,2%.
Os sinais de resiliência do Rio Grande do Sul não demonstram, no entanto, que a recuperação acontece de forma ampla.
“Dos 40.233 estabelecimentos do Regime Geral em todo o estado acompanhados pela Secretaria da Fazenda-RS, 3% estão operando (com faturamento) entre 30% e 70% do normal e 8% operam com nível inferior a 30% do normal”, exemplifica o presidente do Sistema Fecomércio do estado, Luiz Carlos Bohn.