Record demite Constantino depois de fala sobre estupro de Mariana Ferrer
O grupo informou que “a decisão foi tomada em virtude das posições que o profissional assumiu publicamente sobre violência contra a mulher”
atualizado
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O comentarista Rodrigo Constantino, que afirmou nessa quarta-feira (4/11) que não denunciaria possíveis estupradores da sua filha, a depender das “circunstâncias” do ocorrido, foi desligado da Record. Ele escrevia para o site R7 e para o jornal Correio do Povo, em Porto Alegre (do mesmo grupo), além de comentarista na Record News e na Rádio Guaíba (também da capital gaúcha).
Em nota, o grupo informou que “a decisão foi tomada em virtude das posições que o profissional assumiu publicamente sobre violência contra a mulher, em canais que não têm nenhuma vinculação com nossas plataformas”.
A emissora afirmou ainda que o jornalismo dos veículos do Grupo Record tem acompanhado com muita atenção o caso de Mariana Ferrer e a empresa não poderia, neste momento, deixar qualquer dúvida de que justiça não se faz responsabilizando ou acusando aqueles que foram vítimas de um crime.
Constantino utilizou o Twitter para se pronunciar sobre o desligamento. “A Record foi mais um veículo que não aguentou a pressão”, debochou.
A Record foi mais um veículo que não aguentou a pressão. O departamento comercial pede “arrego”, pois recebe pressão de fora, dos chacais e hienas organizados, dos “gigantes adormedidos”. Sim, perdi mais um espaço, mas sigo com minha total INDEPENDÊNCIA e com minha INTEGRIDADE.
— Rodrigo Constantino (@Rconstantino) November 5, 2020
Demissões
Além da Record, Constantino foi desligado da Jovem Pan. A série de demissões ocorreu após o escritor defender que se a própria filha fosse estuprada em circunstâncias que ele não aprovasse, a colocaria de castigo e não denunciaria os estupradores.
“‘Fui em uma festinha, eu e três amigas, tinham 18 homens, bebemos muito e eu estava ficando com dois caras, e eu acabei dormindo lá e eu fui abusada’. Ela vai ficar de castigo feio e eu não vou denunciar um cara desses pra polícia, eu vou dar esporro na minha filha”, disse Constantino.
Ainda referindo-se ao caso da influencer Mari Ferrer, humilhada durante uma audiência em que buscava justiça após ser estuprada, o escritor argumentou que “existe mulher decente ou piranha”.
“Homem que faz uma coisa dessas não é decente, mas não existe também a ideia de mulher decente? As feministas querem que não. Porque feminista é tudo recalcada, ressentida e, normalmente, mocreia, vadia, odeia homem, odeia união estável, casamento”, afirmou.