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Reconstrução do Museu Nacional custará até R$ 100 milhões, diz diretor

Para o paleontólogo Alexander Kellner, em três anos, será possível reabrir uma pequena parte do local, ou “talvez uma salinha”

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THIAGO RIBEIRO/AGIF/ESTADAO CONTE⁄DO
Rescaldo do incÍndio que destruiu o acervo do Museu Nacional
1 de 1 Rescaldo do incÍndio que destruiu o acervo do Museu Nacional - Foto: THIAGO RIBEIRO/AGIF/ESTADAO CONTE⁄DO

A reconstrução do Museu Nacional do Rio de Janeiro deverá custar de R$ 50 milhões a R$ 100 milhões, segundo o diretor da instituição, o paleontólogo Alexander Kellner. Na terça-feira (2/10), um mês depois do incêndio responsável por destruir boa parte do Palácio São Cristóvão e praticamente todo o acervo do unidade de cultura, Kellner contou que já conseguiu entrar nos escombros e tem esperanças de conseguir recuperar intactas algumas peças preciosas “protegidas” pelo colapso de partes do prédio.

“Estou muito esperançoso”, afirmou Kellner. “Não sou particularmente otimista, mas acho que vai dar para recuperar muita coisa.” Segundo o diretor, algumas áreas do museu foram parcialmente poupadas do fogo por conta de desabamentos. Com isso, na avaliação dele, materiais não inflamáveis, como ossos, por exemplo, podem ter resistido. O fóssil de Luzia, de 11 mil anos, o mais antigo das Américas, estava numa dessas áreas colapsadas. A chance de ossos maiores – como os da preguiça gigante – terem resistido é ainda maior.

O trabalho de escoramento do palácio começou no último dia 21 de setembro. A ação tem como objetivo dar segurança para agentes da Polícia Federal (PF) poderem trabalhar na investigação das causas do incêndio, assim como para equipes técnicas começarem a revirar escombros em busca do peças restantes no acervo. Técnicas de arqueologia e paleontologia serão empregadas para recuperar os fragmentos.

“Conforme as áreas forem isoladas, vamos entrar para fazer esse trabalho de recuperação do acervo”, afirmou o diretor. “No momento, o mais importante é garantir a segurança.”

O contrato assinado entre a UFRJ (responsável pela administração do museu) e a Concrejato no dia 21 de setembro para obras emergenciais tem prazo de 180 dias e inclui, além do escoramento do imóvel, a instalação de um teto provisório para proteger os escombros.

“Vamos escorar as paredes, colocar um teto provisório e retirar o entulho”, explicou Kellner. “Mas para a recuperação do prédio, precisamos de uma dotação orçamentária, algo de pelo menos R$ 50 milhões.” Para ele, em cerca de três anos, já será possível reabrir uma pequena parte do museu. “Talvez uma salinha”, disse.

Para o novo acervo, Kellner quer receber doações internacionais. “Nos últimos trinta dias, criamos uma comissão internacional para interagir com museus do mundo e buscar novos acervos e doações”, contou o reitor da UFRJ Roberto Leher.

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