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Recomendo não ter Carnaval, diz coordenador do Comitê Científico de SP

“Hoje, acho que o Carnaval de 2020 contribuiu sim para a disseminação do vírus”, disse Paulo Menezes

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Carnaval de São Paulo
1 de 1 Carnaval de São Paulo - Foto: Rovena Rosa/Agência Brasil

São Paulo – Para o coordenador do Comitê Científico de São Paulo, Paulo Menezes, não é recomendada a realização do Carnaval de rua de 2022, com potencial para atrair milhões de foliões e sem controle de público.

“Hoje, nós entendemos que ainda é precoce pensar numa situação de multidões com aglomeração, mesmo que seja daqui a três meses”, disse.

“Atualmente, eu recomendo não ter [Carnaval]. Nós estamos chegando a um nível de vacinação dos mais altos do mundo. Estamos fazendo a dose de reforço que vai avançar nos próximos dois meses. Então, precisamos aprender qual vai ser de fato o impacto disso no controle da transmissão”, acrescentou.

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O último carnaval de rua da cidade foi em 2020, por causa da pandemia
Ideia da prefeitura é realizar o Carnaval de rua sem restrições sanitárias
"O que a gente precisa é do máximo de pessoas vacinadas, e o Carnaval são milhões e milhões de pessoas”, diz Paulo Menezes
Bloco de carnaval em São Paulo
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Carnaval de rua em São Paulo

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O último carnaval de rua da cidade foi em 2020, por causa da pandemia

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Ideia da prefeitura é realizar o Carnaval de rua sem restrições sanitárias

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"O que a gente precisa é do máximo de pessoas vacinadas, e o Carnaval são milhões e milhões de pessoas”, diz Paulo Menezes

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Bloco de carnaval em São Paulo

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A prefeitura da capital paulista pretende realizar o Carnaval de rua, que deve atrair 15 milhões de pessoas, sem restrições sanitárias. A decisão de ter ou não a festa é de competência dos municípios. Mais de 70 cidades paulistas já anunciaram que não irão autorizar a folia, como São Luiz do Paraitinga, Ubatuba e Botucatu.

A única possibilidade do governo estadual impedir as festas é se, quando chegar o Carnaval, houver decretos em vigor que proíbam aglomerações – o que, atualmente, não existe mais.

Diretora da OMS

Menezes disse concordar com a afirmação de Mariângela Simão, diretora-assistente da Organização Mundial da Saúde (OMS) para Acesso a Medicamentos, de que o Carnaval não deveria ser realizado porque pode contribuir para um aumento expressivo na transmissão da Covid-19. A fala foi feita na última segunda-feira (22/11), durante o Congresso Brasileiro de Epidemiologia.

“Eu achei correta, ela deu uma palestra brilhante. Uma das coisas que ela coloca, e que concordo, é que aquele conceito de imunidade de rebanho que se tinha lá atrás está se mostrando equivocado. O que a gente precisa é do máximo de pessoas vacinadas, e o Carnaval são milhões e milhões de pessoas”, pondera.

Ele lembra que estava na coordenadoria do controle de doenças do Carnaval de 2020, e que o primeiro caso de Covid do país foi identificado em São Paulo, uma semana após o feriado. “Hoje, eu acho que aquele Carnaval contribuiu sim para a disseminação do vírus, mas naquele momento a gente tinha outro conhecimento”, afirmou.

Menezes explica que a folia é um tipo de ambiente onde o vírus se multiplica muito e, por uma questão matemática, “aumenta as chances de, em uma das multiplicações, surgir alguma coisa que favorece o vírus em relação ao que tinha até então, uma mutação”.

Desde o início deste mês, países da Europa enfrentam uma quarta onda da Covid-19, com um aumento expressivo no número de casos e óbitos, o que traz preocupação entre especialistas sobre a possibilidade do Brasil passar por um recrudescimento da pandemia, mesmo com o avanço da vacinação.

A cobertura vacinal é diferente em países europeus – enquanto Portugal e Espanha têm 86,6% e 79,6% da população totalmente imunizada, respectivamente, a Alemanha segue com 68% dos habitantes com as duas doses ou dose única, a Áustria com 65%, a Estônia com 59% e a Rússia com 37%, segundo a plataforma Our World In Data.

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