“Receita tinha razão”, diz Haddad sobre impacto da desoneração e Perse
O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, citou dados de benefícios e afirmou que a desoneração e o Perse têm impacto na situação fiscal
atualizado
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O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, considerou nesta quarta-feira (13/11) que a manutenção da desoneração da folha de pagamento a empresas de 17 setores e o Programa Emergencial de Retomada do Setor de Eventos (Perse), criado durante a pandemia, têm influência na situação fiscal do país. Atualmente, o governo trabalha em um pacote de corte de gastos para equilibrar as contas.
Haddad citou os dados divulgados pela Receita Federal nesta quarta-feira que apontam que empresas declararam o uso de R$ 97,7 bilhões em benefícios fiscais entre janeiro e agosto deste ano e disse que o Fisco “tinha razão” sobre o impacto das medidas nas contas públicas.
“Hoje, nós demos a público pela primeira vez na história os incentivos fiscais dados a cada empresa individualmente e aos setores de uma forma agregada. Vocês vão ver que aquela medida do ano passado foi muito questionada sobre desoneração da folha e sobre a questão do Perse, como a Receita Federal tinha razão”, argumentou o ministro.
Em seguida, Haddad fez críticas à cobertura da imprensa sobre a desoneração. “Eu dizia: ela [peça orçamentária] está equilibrada e se nós aprovarmos a 1.202 [medida provisória que tratava da desoneração], se a imprensa que é beneficiada com desoneração da folha tiver a compreensão de que é importante acreditar no Brasil, voltar a pagar atributos sobre a previdência dos seus funcionários, nós não estaríamos passando por essa coisa”, avaliou.
“Então, é importante que a própria imprensa faça uma reavaliação do comportamento que ela teve no ano passado, quando a Fazenda, com razão, anunciou os números da desoneração da folha e os números do Perse. Nós fomos muito criticados porque supostamente estávamos exagerando nos números, e hoje o que se comprova é de que nós estávamos certos e vocês da imprensa estavam equivocados”, completou o ministro.
O titular da pasta econômica ainda defendeu que o esforço fiscal precisa ser de todos. “Nós estamos pedindo para o Judiciário, para as Forças Armadas, para o próprio Legislativo em relação às emendas, um esforço. Vocês também podem, enquanto instituições, levar ao conhecimento o esforço que tem que fazer”, disse ele.