metropoles.com

Com redução de restrições, paulistanos voltam às aulas, aos bares e ao trânsito

Capital ensaia “retorno à normalidade” ao adotar plano que prevê o fim das restrições de horário e público a partir de 17 de agosto

atualizado

Compartilhar notícia

Google News - Metrópoles
Fábio Vieira/Metrópoles
Bairro Vila Madalena ilustra reabertura econômica em São Paulo
1 de 1 Bairro Vila Madalena ilustra reabertura econômica em São Paulo - Foto: Fábio Vieira/Metrópoles

São Paulo – Eram 19h de quarta-feira (4/8) quando três jovens dividiam a mesa de um bar numa calçada na Vila Madalena, zona oeste de São Paulo. Nem mesmo o frio de 13ºC evitou que os amigos bebessem cerveja e conversassem do lado de fora do empreendimento.

Por causa da Covid-19, a escolha de um ambiente externo era prerrogativa para o encontro acontecer. A engenheira civil Giulia Coli, 23 anos, disse que aquela era a primeira vez que pisava em um bar em mais de um ano de pandemia.

“Nós estávamos procurando um barzinho que fosse mais aberto e que não tivesse tanta gente. Eu estou evitando aglomeração”, diz ela, que ainda aguarda ser vacinada.

5 imagens
Flavius Cinira, diretor de operações do Grupo Salve Jorge
O ambulante Ederson Pereira da Silva vende chicletes e cigarro na Vila Madalena
Os amigos Giulia Coli, Pedro Teixeira e Thomas Berstein
Clientes procuram salão de bares e restaurantes para serem atendidos
1 de 5

Movimento de pessoas na noite da Vila Madalena em 4/8

Fábio Vieira/Metrópoles
2 de 5

Flavius Cinira, diretor de operações do Grupo Salve Jorge

Fábio Vieira/Metrópoles
3 de 5

O ambulante Ederson Pereira da Silva vende chicletes e cigarro na Vila Madalena

Fábio Vieira/Metrópoles
4 de 5

Os amigos Giulia Coli, Pedro Teixeira e Thomas Berstein

Fábio Vieira/Metrópoles
5 de 5

Clientes procuram salão de bares e restaurantes para serem atendidos

Fábio Vieira/Metrópoles

O estado vive um momento de reabertura e de direcionamento para a volta da “normalidade”. Desde 1º de agosto, o governador de São Paulo, João Doria (PSDB), permitiu a extensão do funcionamento do comércio até 0h e ampliou a ocupação máxima para 80%. O tucano explicou que o anúncio foi possível devido ao avanço na vacinação e à queda nos índices da Covid.

No próximo dia 17, uma nova etapa tem início. As restrições de horário e ocupação devem ser suspensas, mas ainda com a adoção de protocolos sanitários, como uso de máscaras e distanciamento social (veja a tabela abaixo).

O diretor de operações do Grupo Salve Jorge, Flavius Cinira, comemora a retomada, aos poucos, de seu segmento. Somente no cruzamento da Rua Aspicuelta com a Rua Mourato Coelho, um dos pontos mais efervescentes da Vila Madalena, a empresa possui três bares e restaurantes – Salve Jorge, Patriarca e Posto 6.

Para ele, a possibilidade de atender clientes até a meia-noite foi um acerto do governo, ainda que tardio segundo o empresário. “É muito mais fácil para a gente trabalhar, porque as pessoas têm tempo de sair do trabalho, voltar para casa, tomar banho e sair para poder se divertir sem precisar ficar só meia hora no bar”, avalia.

Frio afasta público

Para o presidente do Conselho Estadual da Associação Brasileira de Bares e Restaurantes de São Paulo (Abrasel SP), Percival Maricato, a melhora definitiva do setor deve ser sentida a partir de setembro, com o fim do inverno.

4 imagens
A engenheira civil Giulia Coli afirma ter ido a um bar pela primeira vez desde o início da pandemia
Cinira aposta na retomada do setor de bares e restaurantes
Mesas vazias eram vistas nas calçadas antes do início da noite de quarta (4/8)
1 de 4

Carros passam pela Vila Madalena na quarta-feira (4/8)

Fábio Vieira/Metrópoles
2 de 4

A engenheira civil Giulia Coli afirma ter ido a um bar pela primeira vez desde o início da pandemia

Fábio Vieira/Metrópoles
3 de 4

Cinira aposta na retomada do setor de bares e restaurantes

Fábio Vieira/Metrópoles
4 de 4

Mesas vazias eram vistas nas calçadas antes do início da noite de quarta (4/8)

Fábio Vieira/Metrópoles

A entidade prevê que bares e restaurantes que trabalham à noite puxarão uma alta de 10% no faturamento até o fim do ano em todo o estado. O desemprego e o endividamento dos brasileiros, porém, ainda preocupam.

“Essas aberturas permitem que as operações sejam superavitárias no fim do mês, mas ainda não garantem pagar dívidas acumuladas nesses últimos 15 meses. A grande missão vai ser como pagar isso. Acredito que muitos ainda não sobreviverão”, assinala.

A cidade de São Paulo tem seguido à risca as diretrizes do governo estadual. Em 18 de julho, a avenida Paulista foi aberta ao público para atividades de lazer após um ano e quatro meses.

Volta do rodízio

Segundo a gestão Ricardo Nunes (MDB), a ação de bloqueio para os carros é de caráter experimental e seguirá o horário das 8h às 12h até segunda ordem. Antes da pandemia, a avenida ficava aberta das 10h às 18h.

Na segunda-feira (2/8), a volta às aulas presenciais e o retorno do horário de rodízio tradicional, das 7h às 10h e das 17h às 20h, de segunda a sexta, tornaram-se realidade na capital paulista.

Segundo boletim da Companhia de Engenharia de Tráfego (CET), o dia 2 de agosto registrou média de 60 quilômetros de lentidão no trânsito, 11% a mais em comparação com a segunda-feira anterior (25/7).

Em 1º de novembro, o governo paulista trará mais uma etapa importante: liberar shows com público em pé, eventos esportivos com torcida e pistas de dança, desde que sigam os protocolos sanitários.

Ameaça da variante Delta

A retomada de serviços foi adotada em cidades como Nova York, que agora vê a variante Delta ganhar espaço e infectar mais pessoas. Como consequência, a administração local cancelou, por exemplo, o Salão do Automóvel, que seria realizado em 19 de agosto, e geraria mais de R$ 1,5 bilhão para a economia.

Segundo o Instituto Adolfo Lutz, os casos da variante Delta correspondem a 23% do total na Grande São Paulo. Na avaliação do infectologista Jamal Suleiman, o momento permite uma maior flexibilização, com o aceleramento da vacinação – Coronavac, AstraZeneca, Pfizer e Janssen são eficazes contra a cepa.

O estado ultrapassou nesta semana 80% da população adulta vacinada com pelo menos a primeira dose. Já a taxa de ocupação de unidades de terapia intensiva (UTI) está abaixo de 50%.

Até 16 de agosto, Doria garante aplicar a primeira dose do antígeno em toda a população adulta. Suleiman assinala que a imunização visa reduzir as taxas de transmissão e mortalidade causadas pela doença. “Se você está bem com a imunização e os dados têm apontado que você consegue bloquear a transmissibilidade, voltamos a ser um sujeito social”, encerra.

Quais assuntos você deseja receber?

Ícone de sino para notificações

Parece que seu browser não está permitindo notificações. Siga os passos a baixo para habilitá-las:

1.

Ícone de ajustes do navegador

Mais opções no Google Chrome

2.

Ícone de configurações

Configurações

3.

Configurações do site

4.

Ícone de sino para notificações

Notificações

5.

Ícone de alternância ligado para notificações

Os sites podem pedir para enviar notificações

metropoles.comNotícias Gerais

Você quer ficar por dentro das notícias mais importantes e receber notificações em tempo real?