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Ranking trágico: Brasil é 3º país que mais registra mortes no trânsito

Segundo relatório da Organização Mundial de Saúde (OMS), o Brasil só perde para a índia e China no que se refere a mortes em vias e rodovias

atualizado

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O Brasil enfrenta um desafio crescente no que diz respeito à segurança no trânsito e o reflexo disso tem sido o aumento do número de óbitos ao longo dos anos. De acordo com dados do Ministério da Saúde, em 2019 o país registrou 32.667 mortes em acidentes em vias e rodovias, número que subiu ligeiramente para 32.716 em 2020 e continuou a aumentar para 33.813 em 2021. Ou seja: um aumento de 3,5% em três anos.

Em 2022, houve um declínio tímido no número de óbitos, chegando a 31.174 registros. Apesar da aparente melhoria, o Brasil, com 203 milhões de habitantes, ocupa um incômodo terceiro lugar no ranking de países com mais mortes em decorrência de acidentes de trânsito, segundo o relatório Status Report on Road Safety, da Organização Mundial de Saúde (OMS). Nas primeiras posições estão a Índia (1,428 bilhão de habitantes) e a China (1.425 bilhão de habitantes), respectivamente.

Ainda de acordo com os dados do Ministério da Saúde, os motociclistas são as principais vítimas nas vias e rodovias do país, seguidos pelos ocupantes dos automóveis e pedestres. A faixa etária mais vulnerável está entre 20 e 59 anos.

O presidente do Instituto Brasileiro de Segurança no Trânsito, Davi Duarte, explica que as medidas para reduzir os óbitos existem, mas não são implementadas com afinco.

“Há um programa, o Pnatrans [Programa Nacional de Redução de Mortes no Trânsito], que é uma política do governo para reduzir mortes e lesões no trânsito. É o programa que a gente tem, mas tem saído pouco do papel. As nossas ações ainda são muito tímidas em relação aos desafios que temos pela frente. Nós estamos perdendo o jogo na questão do trânsito”, diz Davi.

Principais causas

As mortes no trânsito em decorrência de acidentes veiculares configuram a oitava principal causa de óbito no Brasil. Isso se deve, em grande parte, à negligência dos motoristas.

Segundo a Polícia Rodoviária Federal (PRF), a principal causa dos acidentes de trânsito é a reação tardia ou ineficiente ou mesmo ausência de reação do condutor, que podem ser provocada por fatores como não observar a sinalização na via, deixar de manter a distância de segurança do veículo à frente, distrações com dispositivos eletrônicos e falta de descanso antes da viagem.

8 imagens
Acidente envolvendo quatro carros e uma moto deixa duas vítimas no DF
Acidente com ônibus de turismo deixa ao menos cinco mortos na BR-070
Pai e filha morrem em acidente e outrastrês pessoas ficam feridas em Goiás.
Ônibus passava pela Rodovia SP 340 quando caiu dentro de viaduto. Acidente deixou mais de 30 pessoas feridas
Ciclista de 60 anos morre após acidente na BR-040
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Mulher grávida morre após motorista perder o controle do carro e invadir a pista contrária em MT.

Reprodução
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Acidente envolvendo quatro carros e uma moto deixa duas vítimas no DF

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Acidente com ônibus de turismo deixa ao menos cinco mortos na BR-070

Material cedido ao Metrópoles
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Pai e filha morrem em acidente e outrastrês pessoas ficam feridas em Goiás.

Divulgação/Corpo de Bombeiros
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Ônibus passava pela Rodovia SP 340 quando caiu dentro de viaduto. Acidente deixou mais de 30 pessoas feridas

Roberto Torrecilhas / Reprodução
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Ciclista de 60 anos morre após acidente na BR-040

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Acidente com ônibus de torcedores do Corinthians, em Minas Gerais, deixa sete mortos

Reprodução/redes sociais
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Dupla morre em acidente em estrada no Entorno do DF

CBMDF/Divulgação

Além disso, muitos acidentes fatais são atribuídos à combinação perigosa de álcool e direção. O uso irresponsável de bebidas alcoólicas compromete a capacidade dos condutores, afetando reflexos e tomada de decisão.

Segundo dados do Ministério da Saúde, 10.887 pessoas perderam a vida em decorrência da mistura de álcool com direção em 2021. A média é de 1,2 óbito por hora.

Trauma para a vida toda

Este domingo (19/11) é o Dia em Memória das Vítimas de Acidentes de Trânsito e seus Familiares. Para além das mortes, os acidentes de trânsito deixam também feridas emocionais e físicas.

Caroline Conde, de 43 anos, presenciou o capotamento do carro em que estava a mãe, a irmã e a madrinha.

“Estávamos chegando em Alto Paraíso [Goiás], indo para Tocantins. Minha mãe estava dirigindo. A gente acredita que o motorista do caminhão da frente tenha cochilado, e quando ela [a mãe] foi ultrapassar, ele [o caminhoneiro] jogou o caminhão para o lado. Minha mãe retornou para a via dela, só que quando ela voltou, ele [o caminhoneiro] também voltou. Minha mãe teve que jogar o carro para o outro lado, mas bateu na ribanceira e capotou”, relata Caroline.

“O cara não prestou socorro, foi embora. Eu estava no carro da frente, vi o veículo capotando pelo retrovisor. Minha mãe passou um ano sem dirigir, minha irmã tem uma cicatriz enorme no braço e sente dor até hoje. Minha madrinha, infelizmente, não resistiu. Um dos dias mais tristes da minha vida”, desabafa Caroline.

O presidente da Sociedade Brasileira de Trauma Ortopédico, José Octavio Soares Hungria, explica que as lesões causadas por acidentes de trânsito acarretam não só danos físicos, mas também emocionais e econômicos.

“O custo do cuidado médico prolongado, a perda de um membro que sustenta a família ou os custos adicionais necessários para cuidar de pessoas incapacitadas impactam significativamente a família, tanto emocionalmente, como a renda do lar”, afirma.

Educação é a chave

A educação viária é aquela voltada ao incentivo de boas práticas no trânsito. Por isso, ela se torna essencial para a diminuição dos acidentes e mortes em vias e rodovias, segundo o presidente Instituto Brasileiro de Segurança no Trânsito, Davi Duarte.

“É com educação que você dá informação, que conscientiza, que sensibiliza para que as pessoas adotem comportamentos corretos, comportamentos seguros. Isso é essencial. A educação ensina como atravessar a pista, passa toda a informação ao condutor para reconhecer a velocidade, reconhecer a fragilidade dos outros, se colocar no lugar do próximo. No Brasil, a gente tem falhado nisso”, diz Davi.

Confira dicas essenciais para evitar óbitos em acidentes:

  • Use sempre o cinto de segurança;
  • Respeite a velocidade;
  • Não use o celular enquanto dirige;
  • Faça manutenção no veículo;
  • Mantenha distância segura do carro da frente;
  • Mãos sempre ao volante;
  • Dirija com máxima atenção;
  • Cuidado ao fazer ultrapassagens;
  • Não dirija caso esteja sem condições físicas ou emocionais.

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