Randolfe vai ao STF contra Bolsonaro após mensagens de ex-Petrobras
Senador quer que o Supremo investigue diálogos que incriminariam Bolsonaro em celular de ex-presidente da estatal
atualizado
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O senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP) acionou o Supremo Tribunal Federal (STF) nesta segunda-feira (27/6) pedindo a abertura de um inquérito para investigar o presidente Jair Bolsonaro (PL) por possíveis crimes na Petrobras.
O parlamentar usa como fundamentação para o pedido a revelação feita pelo Metrópoles, neste domingo (26/6), de que Roberto Castello Branco, ex-presidente da Petrobras na gestão Bolsonaro, afirmou que devolveu seu celular corporativo à estatal com material que, segundo ele, poderia incriminar o presidente da República.
“Com base nisso, Randolfe solicita a tomada de medidas urgentes para o esclarecimento dos fatos, além da busca e apreensão do celular citado na conversa para que o aparelho seja periciado e ocorra a publicidade dos conteúdos”, diz nota divulgada pela equipe do senador.
“Se o presidente da República interfere na gestão de patrimônio público, que é de todos os brasileiros e usado exclusivamente em seu prol, é direito de todos os brasileiros conhecer os fatos”, argumenta Randolfe Rodrigues.
No Supremo, o pedido deverá ter um relator sorteado entre os ministros. O sorteado deverá pedir a manifestação da Procuradoria-Geral da República (PGR).
A troca de mensagens noticiada pelo Metrópoles ocorreu durante uma discussão em um grupo de economistas no último fim de semana.
Castello Branco, primeiro de quatro presidentes da Petrobras na gestão Bolsonaro, debatia com Rubem Novaes, ex-presidente do Banco do Brasil, sobre a elevação do preço dos combustíveis. Novaes então diz que o colega economista, indicado pelo ministro da Economia, Paulo Guedes – ataca a atual gestão do governo federal.
“Se eu quisesse atacar o Bolsonaro não foi e não é por falta de oportunidade (sic). Toda vez que ele produz uma crise, com perdas de bilhões de dólares para seus acionistas, sou insistentemente convidado pela mídia para dar minha opinião. Não aceito 90% deles [dos convites] e quando falo, procuro evitar ataques”, retruca o ex-presidente da estatal.
Veja a troca de mensagens:
Repercussão no Congresso
O líder da minoria no Senado Federal, Jean Paul Prates (PT-RN), já havia anunciado que vai acionar a Petrobras para solicitar informações sobre as declarações do ex-presidente da companhia.
“Vamos oficiar a Petrobras solicitando essas informações. Todo mundo sabe que o presidente achaca diariamente a empresa que deveria ajudar a nortear, mas é importante saber exatamente quais crimes ele cometeu, ou se realizou ameaças pessoais”, disse o senador.
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