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Randolfe sobre governistas na CPI: “Nunca vi tropa mais atrapalhada”

Vice-presidente da CPI da Covid, senador Randolfe Rodrigues (Rede-AM) falou ao Metrópoles sobre tentativas de prejudicar investigações

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Rachel Sheherazade entrevista Randolfe Rodrigues
1 de 1 Rachel Sheherazade entrevista Randolfe Rodrigues - Foto: Metrópoles

Em entrevista ao Metrópoles, o senador Randolfe Rodrigues (Rede-AM), vice-presidente da CPI da Covid, afirmou que parlamentares governistas tentam atrapalhar a comissão, que foi instalada para investigar ações e omissões do Executivo nacional e fiscalizar a aplicação de recursos federais por estados e municípios. “Se metade do esforço que o governo federal está fazendo contra a CPI tivesse sido concentrado no enfrentamento da pandemia, nossa tragédia seria bem menor”, disse (confira a partir de 8’30”).

“Está evidente que há um esforço enorme. E todos, até agora, atabalhoados. Nunca vi tropa de choque mais atrapalhada que essa. Primeiro, tentaram retirar assinaturas da CPI, perderam. Depois, tentaram atrasar a CPI, não conseguiram. Tentaram impedir o relator da CPI – que eu, inclusive, denominei de liminar cloroquina: precoce, sem eficácia comprovada e com consequências imprevisíveis. E, agora, essa trapalhada final. Eles não se deram nem ao trabalho de fazer em seus gabinetes os requerimentos de convocação”, elencou (9’).

Autor do pedido de abertura da CPI da Covid, o senador criticou a postura dos colegas: “Obstrução parlamentar é legítima. Mas a obstrução parlamentar para impedir a investigação da morte de mais de 400 mil brasileiros é um pouco demais”. “O foco da ação do governo é dispersar a investigação, é confundir, é obstaculizar. Em duas sessões da CPI, antes de começarmos, havia questões de ordem, e sempre para tumultuar os trabalhos”, afirmou.

Primeiros depoimentos

A CPI da Covid aprovou, na última quinta-feira (29), a convocação do ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, e dos ex-ministros da pasta no governo Jair Bolsonaro: Luiz Henrique Mandetta, Nelson Teich e Eduardo Pazuello. De acordo com Randolfe, “não à toa” eles serão os primeiros a serem ouvidos. “É onde estão as perguntas mais angustiantes, não somente para os membros da CPI, mas para todos os brasileiros. A primeira pergunta: Como nós chegamos até aqui?”, explicou.

O diretor-presidente da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), Antônio Barra Torres, também será ouvido pelos senadores. Randolfe afirmou que o diretor será questionado sobre a decisão da agência que reprovou a importação da vacina Sputnik V, desenvolvida pelo governo russo, e o possível atraso na liberação da Coronavac.

“Nós sabemos que houve um atraso para a autorização da Coronavac, ainda em dezembro do ano passado. Nós queremos saber quais os critérios que a Anvisa adotou. O presidente da Anvisa foi visto, são cenas públicas, em vários momentos, ao lado do presidente da República, em aglomerações, na primeira onda da pandemia, sem máscara”, afirmou. “Eu respeito, e muito, os técnicos da Anvisa, mas é necessário sabermos se a Anvisa não está atuando em tempos de guerra como se fosse tempos de paz”, disse (5′).

O senador afirmou que o objetivo da comissão não é desestabilizar o governo federal. “Eu tento fazer oposição ao governo Bolsonaro. Mas eu sou menos competente para fazer oposição do que ele próprio” , disse (32′). Na entrevista, Randolfe também falou da escassez de vacinas em todo o país e das medidas adotadas pelos governos – tanto federal quanto estaduais – para combater a Covid-19 desde o início da pandemia.

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