Randolfe quer que Campos Neto “preste esclarecimentos” ao Senado
Para Randolfe Rodrigues, o presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, deve explicar a manutenção da taxa de juros em 13,75% ao ano
atualizado
Compartilhar notícia
O líder do governo no Congresso Nacional, Randolfe Rodrigues (sem partido-AP), apresentou ao Senado Federal um requerimento para que o presidente do Banco Central (BC), Roberto Campos Neto, seja convocado a “prestar esclarecimentos” junto à Comissão de Assuntos Econômicos da Casa Alta.
A informação foi divulgada pelo senador nas redes sociais. “Não podemos mais ficar parados vendo esses juros frearem o desenvolvimento do país”, declarou Randolfe.
A mobilização de Randolfe ocorre dias após a decisão do Comitê de Política Monetária (Copom) de manter a taxa de juros em 13,75% ao ano. Alvo de uma série de críticas do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e de integrantes do governo, inclusive durante viagem do petista à Itália esta semana, Campos Neto tem mandato até 2024 na Presidência do BC.
Decisão irracional
Em coletiva de imprensa na Itália na quinta-feira (22), Lula comentou a decisão, e chamou a medida de “irracional”. O mandatário também acusou Campos Neto de jogar “contra os interesses da economia brasileira”.
O petista declarou ainda estar em contato com o Senado para que os legisladores cobrem de Campos Neto que ele cumpra a lei que determina o cargo na autoridade monterária do país.
“Tem que cuidar da inflação, do crescimento econômico e da geração de empregos. Ele tem que ser cobrado. Quando o presidente indica o presidente do BC, quem era cobrado, o presidente. Sinceramente, eu acho que esse cidadão está jogando contra os interesses da economia brasileira”, declarou Lula.
Nessa quarta-feira (21/6), o Copom decidiu manter a taxa básica de juros do Brasil, a Selic, em 13,75%. O índice foi fixado nesse patamar pela primeira vez em junho de 2022. Desde então, manteve-se em sete decisões do Copom – a oitava, ocorreu na quarta.
O ciclo de aperto monetário executado pelo órgão do BC começou em março de 2021, quando a taxa passou de 2% para 2,75% ao ano. Ou seja, ele já dura dois anos e três meses.