Randolfe diz que Bolsonaro tinha “comando de enredo golpista”
Segundo o senador Randolfe Rodrigues, o ex-presidente Jair Bolsonaro queria dar um “golpe de Estado”
atualizado
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Líder do governo no Congresso, Randolfe Rodrigues (Sem partido-AP) disse nesta quinta-feira (21/9) que tanto a tentativa de ataque ao aeroporto de Brasília, quanto a depredação dos Três Poderes, fizeram parte do “enredo” golpista do ex-presidente Jair Bolsonaro. Segundo o senador, Bolsonaro queria dar um “golpe de Estado”.
“Como já dizia o doutor Ulysses Guimarães: traidor da constituição, traidor da pátria. Se conhece o caminho maldito, que tentaram implementar em dezembro, que só levaria verdadeiros patriotas ao exílio e ao cemitério, era isso que tentaram implementar. Agora tudo faz sentido”, discursou o político.
Segundo ele, todos os “movimentos” ocorreram em dezembro de 2022. “A bomba foi alocada e, por pouco, não foi detonada na véspera de Natal aqui em Brasília, e o 8 de Janeiro tudo fazia parte de um enredo golpista que tinha sob o comando o senhor Jair Bolsonaro”, disse Randolfe.
Randolfe cita delação de Cid
O líder do governo também citou a delação premiada de Mauro Cid, ex-ajudantes de ordens de Bolsonaro.
“As informações hoje reveladas a partir da delação do senhor Mauro Cid Filho, que deverá voltar a comparecer a CPMI, só corrobora com o que nós temos dito desde o começo dessa comissão de inquérito: havia uma tentativa de golpe de estado. Os dados que nós tínhamos até agora era de movimentos golpistas a partir dos militantes do bolsonarismo, agora nós temos comprovadamente que o ex-presidente da república reuniu o alto comando da Forças Armadas e tentou um golpe“, afirmou.
Em delação, à Polícia Federal (PF), Mauro Cid disse que a reunião que o então presidente Jair Bolsonaro teve, no ano passado, com a cúpula das Forças Armadas e seus ministros mais próximos não resultou em uma proposta de golpe de Estado porque a ideia de intervenção militar não foi aceita por unanimidade.
Cid ainda teria citado à PF nomes como o do almirante de esquadra da Marinha Almir Garnier, que teria afirmado ao ex-presidente que suas tropas estariam prontas para responder à convocação de Bolsonaro. O Comando do Exército, no entanto, teria ficado contra a ideia de golpe e contra o consequente impedimento da posse do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).