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Ramagem admite que uma “minoria pode ter desvirtuado” a Abin

Ao Metrópoles Entrevista ex-diretor da agência de inteligência reconhece que havia suspeita de atividades ilícitas no órgão

atualizado

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Imagem colorida da entrevista com o deputado federal do PL e ex-diretor-geral da Abin Alexandre Ramagem no estúdio do Portal Metrópoles
1 de 1 Imagem colorida da entrevista com o deputado federal do PL e ex-diretor-geral da Abin Alexandre Ramagem no estúdio do Portal Metrópoles - Foto: BRENO ESAKI/METRÓPOLES @BrenoEsakiFoto

Deputado federal e ex-diretor da Agência Brasileira de Inteligência (Abin), Alexandre Ramagem admitiu que havia indícios de que monitoramentos clandestinos estariam sendo feitos pelo órgão. “Acredito que uma minoria possa ter desvirtuado (a Abin)”, afirmou ao Metrópoles Entrevista.

Ramagem negou ter feito pedidos de pesquisas ilegais usando o software espião First Mile ou repassado informações confidenciais para benefício da família Bolsonaro, da qual é íntimo.

“Eu acredito que a utilização, na sua grande maioria, quase a totalidade, deve ter sido para trabalhos de inteligência corretos. Que eles, os oficiais de inteligência que trabalham ali, são oficiais de inteligência de bom trabalho.”

Veja:

Suspeitas

O parlamentar, no entanto, levantou suspeitas sobre a conduta de Paulo Fortunato, que ocupava o posto de diretor de Operações, ou seja, seu subordinado na Abin. No governo de Luiz Inácio Lula da Silva (PT), Fortunato chegou a ocupar o terceiro posto na hierarquia da agência. Em outubro do ano passado, o servidor foi afastado das funções, por ordem do Supremo Tribunal Federal (STF), e exonerado, dentro da investigação sobre o uso do software espião.

Foi na casa dele que foram encontrados quase US$ 170 mil. O dinheiro, segundo a defesa dele, seria proveniente de uma poupança da família.

O parlamentar disse ter sido o responsável por identificar indícios de irregularidades e encaminhar uma investigação interna, que teria sido determinante para a saída de Fortunato. “Eu que fiz toda apuração e que gerou a exoneração dele e que se demonstra que pode ter atividades ilícitas lá dentro. Por que eu agora estou sendo investigado? Esse é o absurdo da perseguição. Por quê?”

Leia a íntegra do trecho de vídeo:

“Foi na casa desse servidor que foi encontrado 170.000 dólares, quase 1 milhão de reais. Então, eu que fiz toda apuração e que gerou a exoneração dele e que se demonstra que pode ter atividades ilícitas lá dentro. Por que eu agora estou sendo investigado? Esse é o absurdo da perseguição. Esse é o absurdo de que se vê da pesca probatório. Por quê?
E é isso que eu estava apurando. Então eu acredito que a utilização, em sua grande maioria, quase totalidade, pode ter sido para trabalho de inteligência. Correto. Tem oficiais de inteligência de bom trabalho. Acredito que uma minoria possa ter desvirtuado. A Agência Brasileira de Inteligência tem as atribuições de combater espionagem industrial, proteção do conhecimento sensível, proteção de estruturas estratégicas, como Itaipu”.

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