“Racismo tirou quem eu mais amava”, diz pai de homem morto no Carrefour
João Batista Rodrigues Freitas, de 65 anos, afirmou que o filho foi agredido brutalmente por seguranças em “episódio de racismo”
atualizado
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O pai de João Alberto Silveira Freitas, espancado até a morte em Porto Alegre na noite dessa quinta-feira (19/11), disse que perdeu a pessoa que mais amava em um episódio de racismo. A informação é do jornal Folha de S.Paulo.
“Estou me sentindo abatido. Perdi a pessoa que mais amava. Amava minha mulher, que perdi há seis anos. Agora perdi meu filho. Tínhamos uma amizade de pai e filho, nos respeitávamos”, disse João Batista Rodrigues Freitas, de 65 anos.
O pai da vítima ainda falou que “foi um episódio de racismo” o que aconteceu com o filho. “Basta ver a força da agressão. Primeira coisa que perguntei foi: Ele estava roubando? Se não estava, por que ser agredido? E por que ser agredido brutalmente pelos seguranças? Aliás, não posso chamá-los de seguranças porque isso desmerece os profissionais que são seguranças de verdade”, disse.
Mais cedo, o segurança Flávio Chaves, de 46 anos, amigo de João Alberto, contou que Beto, como era conhecido, era respeitoso e querido na comunidade em que moravam.
“Ele era preto, pobre e morador de favela, mas era um homem que a comunidade amava. Andava sempre tomando uma cervejinha à noite, às vezes com a ‘patroa’ dele. Era um homem respeitoso, e a comunidade gostava dele por isso. Abraçava todo mundo com alegria e entusiasmo”, disse Flávio.