Racismo contra porta-bandeira: PF é acionada, e aeroporto, notificado
O caso de racismo contra a porta-bandeira da Portela, Vilma Nascimento, 85 anos, ocorreu na semana da Consciência Negra
atualizado
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A porta-bandeira da Portela Vilma Nascimento, 85 anos, denunciou ter sofrido racismo ao ser acusada de furto no Aeroporto Internacional de Brasília. Depois da repercussão do caso, quatro ministérios acionaram a Polícia Federal (PF). Além disso, o Departamento de Proteção e Defesa do Consumidor, da Secretaria Nacional do Consumidor do Ministério da Justiça (Senacon/MJSP), notificou o aeroporto, nesta sexta-feira (24/11).
No ofício à PF, os ministérios ressaltam que o episódio é “prática irrazoável, desnecessária e com traços de discriminação racial”, e cobram pela responsabilização dos envolvidos. A Senacon notificou que o aeroporto prestasse esclarecimentos sobre o assunto, e o prazo para resposta é de 24h.
Os ministérios da Igualdade Racial (MIR), de Portos e Aeroportos (MIN Portos), dos Direitos Humanos e Cidadania (MDH) e da Justiça e Segurança Pública (MJSP) enviaram um ofício no qual cobram uma apuração do caso, que envolve a empresa Dufry Brasil.
Em nota divulgada à imprensa, os ministérios ressaltaram, ainda, que implementam um programa no setor aéreo que busca fortalecer as equipes com treinamentos para lidar com situações de discriminação.
“O aeroporto de Brasília, considerado o melhor do Brasil, deve implementar um plano de ação envolvendo todas as lojas que comercializam produtos ou prestam serviços nas dependências do aeroporto. Nós não aceitamos, em hipótese alguma, práticas repulsivas como essa. O racismo é uma praga, que tem de ser exterminada aqui em nosso país”, advertiu o secretário nacional do Consumidor, Wadih Damous.
Entenda o caso
Vilma Nascimento ficou conhecida como Cisne da Passarela e é porta-bandeira da escola de samba carioca Portela há 66 anos. Ela foi uma das personalidades homenageadas pela Câmara dos Deputados no Dia da Consciência Negra, na última segunda-feira (20/11), em Brasília.
Na terça (21/11), ela sofreu o caso de racismo, onde foi acusada de furto na loja Dufry Brasil, do Aeroporto Internacional de Brasília. Na quinta-feira (23/11), diversas personalidades reagiram ao ocorrido, entre elas a escola de samba Portela e ministros.