Racismo: acusado de furtar mochila da Zara pede indenização de R$ 1 mi
Fernandes Júnior, homem negro retirado do banheiro por segurança após comprar o item, diz que processo é para “desestimular o racismo”
atualizado
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No dia 28 de dezembro do ano passado, um homem negro foi retirado do banheiro por um segurança do Shopping da Bahia, em Salvador, ao ser acusado de furtar uma mochila que acabara de comprar na loja Zara.
O acusado, Fernandes Júnior, entrará com ação indenizatória no valor de R$ 1 milhão contra a loja e o shopping. De acordo com o seu advogado, Thiago Thobias, o processo será oficializado na próxima semana, na volta de recesso de final de ano do Judiciário. As informações foram publicadas pelo g1.
A defesa de Fernandes Júnior, que é natural de Guiné-Bissau, avalia que apenas o ressarcimento financeiro pode evitar novos casos de racismo no estabelecimento.
“Somente uma indenização de alto valor poderá desestimular os autores de práticas reiteradas de racismo. O caráter educativo e punitivo tem que se fazer suficiente para evitar que tais práticas se repitam”, afirmou o advogado.
Thobias argumenta também que o alto valor serve para “abalar economicamente uma empresa do porte da Zara”, e assim evitar outros crimes de racismo.
Caso anterior de racismo
Uma investigação realizada pela Polícia Civil do Ceará (PC-CE) em outubro do ano passado identificou que a loja da Zara de um shopping de Fortaleza (CE) possuía um protocolo para “vigiar” a movimentação de “potenciais suspeitos”, baseando-se pela vestimenta e a cor da pele das pessoas.
A denúncia foi feita pela delegada Ana Paula Barroso, que é negra, e foi barrada de entrar na loja em setembro do mesmo ano. Após apuração, a Polícia Civil indiciou o gerente da Zara, Bruno Filipe Simões Antônio, de 32 anos, pelo crime de racismo.