Rachaduras gigantes: Gramado tem 546 pessoas tiradas de áreas de risco
Famílias tiveram de abandonar casas devido a rachaduras após chuvas. Um prédio desabou, 2 pessoas morreram e um bairro inteiro foi evacuado
atualizado
Compartilhar notícia
Um total de 546 pessoas tiveram que deixar suas casas em Gramado, no Rio Grande do Sul, após o surgimento de rachaduras gigantes em diferentes áreas do município. O solo da região teve movimentações incomuns após fortes chuvas desde a semana passada.
A situação mais grave é no bairro Três Pinheiros, que foi totalmente evacuado. As famílias desabrigadas estão na casa de parentes ou em estádios sendo assistidas pela prefeitura.
Na última quinta-feira (23/11), o edifício Ana Carolina, no bairro Planalto, desabou por causa das rachaduras. O prédio estava desocupado no momento do desabamento.
Essas movimentações do solo estão sendo estudadas por técnicos da prefeitura, que até esta sexta-feira (24/11) identificaram três grandes movimentos de rachaduras, que não estão interligadas. Elas teriam se formado em momentos diferentes durante a semana.
Duas pessoas morreram. Mais de 20 imóveis são monitorados por causa de risco de desabamento.
Prefeito sobre rachaduras: “Nunca aconteceu”
No caso do edifício Ana Carolina há um agravante, pois o prédio estava interditado pela prefeitura desde 2020, mas permanecia ocupado ainda assim.
Uma equipe da prefeitura repassou essas informações durante coletiva nesta sexta. O retorno das pessoas para casa vai depender da movimentação do solo nos próximos dias.
O prefeito de Gramado, Nestor Tissot, disse que mesmo áreas regularizadas na prefeitura estão sendo destruídas pelas rachaduras e que a situação é inédita. “Esse fenômeno nunca aconteceu”, relatou. O prefeito vai se reunir com a Defesa Civil nacional em Brasília na próxima segunda-feira (27/11).
Para piorar a situação, a previsão é de mais chuvas nas próximas semanas, o que deve provocar novas movimentações no solo, segundo a secretária de Meio Ambiente Cris Bandeira.
“Em dezembro vamos ter um percentual elevadíssimo de chuvas e isso tende a ter novas movimentações do solo. Hoje a gente vem monitorando diariamente como o solo está se comportando. Isso é efeito da mudança climática”, afirmou a secretária.