Quiosque onde congolês foi espancado até a morte tem alvará suspenso
O local na Barra da Tijuca, no Rio, está interditado. Parentes de Moïse Kabamgabe foram recebidos pelo prefeito Eduardo Paes
atualizado
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Rio de Janeiro – O alvará e o licenciamento do quiosque Tropicália, na Barra da Tijuca, na zona oeste do Rio, foi suspenso pela Prefeitura do Rio, até que sejam apuradas as responsabilidades sobre a morte do congolês Moïse Kabamgabe, espancado até a morte no último dia 24/1 no endereço. No próximo sábado (5/1), uma manifestação organizada pela família e comunidade congolesa será realizada no local, às 10h.
Em nota, a Prefeitura do Rio informou que “tendo em vista que o crime ocorreu nas imediações dos quiosques alcançados pelo contrato de concessão firmado entre o município do Rio e a Orla Rio, a prefeitura informa que notificou a concessionária para que garanta a restrição temporária de funcionamento dos estabelecimentos”.
As unidades já foram notificadas da decisão de interditar os espaços dos quiosques 62 A e 62 B na tarde desta terça-feira (1/2), sob o argumento de “garantir a proteção da população local e se mantendo em vigor até que seja verificado o atendimento das condições de segurança para reestabelecimento das atividades, em obediência às determinações previstas no termo de permissão de uso do local”.
Também nesta terça-feira (1/2), o prefeito Eduardo Paes recebeu em seu gabinete a mãe do rapaz, Ivone Lotsove, e os irmãos dele, Djojo e Kevin Lay, além de outros familiares e amigos, a quem ofereceu apoio e um pedido de desculpas.
“Gostaria de pedir desculpas em nome da população da minha cidade. A prefeitura não vai poupar esforços para auxiliá-los no que precisarem”, prometeu o prefeito.
Investigação do crime
No meio da tarde, Alisson Cristiano Alves de Oliveira Fonseca, um dos homens que aparecem nas imagens agredindo Moïse, prestou depoimento na delegacia de Bangu, na zona oeste, onde se apresentou. Alisson gravou um vídeo confessando que agrediu a vítima, mas disse que não tinha como objetivo matar o refugiado.
Também foram ouvidos pelos agentes da Delegacia de Homicídios um funcionário e o dono do quiosque, que não estava no local no momento do crime. Os nomes dos dois homens foram preservados pela polícia.
Aos agentes, o dono contou que havia apenas um funcionário no local e que “Angolano”, como o congolês era conhecido na praia, não trabalhava mais no quiosque havia um tempo e que não havia pagamentos pendentes.