“Quero meu filho de volta”, diz mãe de Edson Davi durante ato no Rio
Protesto realizado na Barra da Tijuca marcou uma mês do desaparecimento do menino de 6 anos; manifestantes pediram rigor na apuração
atualizado
Compartilhar notícia
Manifestantes cobraram mais rigor nas investigações do desaparecimento do menino Edson Davi Silva de Almeida, de 6 anos, durante um protesto na Praia da Barra da Tijuca, na zona oeste do Rio, nesse domingo (4/2), data que marcou um mês do sumiço da criança. Familiares e amigos se concentraram na altura do Posto 4, onde ele Edson foi visto pela última vez, no dia 4 de janeiro.
A principal linha de investigação da polícia é de afogamento. No entanto, os parentes de Edson Davi acreditam que ele tenha sido sequestrado.
“Minha vida acabou, estou definhando, eu não tenho mais como viver, eu preciso de uma resposta. É uma criança inocente de 6 anos, que precisa voltar para sua família. Se coloquem no meu lugar, se eu não lutar pela vida do meu filho, pelo que aconteceu com ele, quem é que vai lutar?”, desabafou Marize Araújo, mãe do menino.
“Estou aqui para pedir ajuda, me ajudem a encontrar o meu filho, eu quero o meu filho de volta. É uma criança de 6 anos, obediente, estudioso, amoroso, todos os clientes gostavam do meu filho. Ninguém viu afogamento, não tem corpo. Meu filho está em algum lugar, com alguém. Eu preciso encontrar meu filho, tenham misericórdia de mim, da minha dor”,
Local conhecido
A mãe de Edson Davi voltou a dizer que não acredita na hipótese de afogamento. Segundo ela, o filho tinha trauma de água, além de conhecer a região, já que foi criado no local.
“Meu filho foi criado aqui nessa praia, trabalhando junto comigo, estava acostumado, conhecia todos, o Davi nunca se perdeu aqui, nunca passou episódio de se afogar, nenhuma vez. Davi tem trauma de água, só molhava os pezinhos e corria, quando queria molhar o corpinho, ele se deitava no alto da areia e esperava a água bater e corria. Como ele desapareceu sem ninguém ver e tentam encerrar esse inquérito como afogamento? Não dá para dormir com essa resposta. Eu não vou parar enquanto não souber o que aconteceu com meu filho”, lamentou Marize.
No calçadão, os manifestantes exibiram cartazes com fotos do menino, pediram respostas para o desaparecimento e incentivaram motoristas a buzinarem em apoio ao ato. Já no mar, equipes do Corpo de Bombeiros continuam com as buscas pela criança, com apoio de motos aquáticas e helicóptero.
A mãe da criança ainda pediu que mais testemunhas sejam ouvidas no inquérito, entre elas uma família que teria visto Edson Davi conversar com uma mulher pouco antes de sumir.
Participando da manifestação, Leniel Borel, pai do menino Henry Borel, de 4 anos, que morreu em março de 2021, no apartamento em que morava com a mãe, Monique Medeiros, e o padrasto, o ex-vereador e ex-médico Jairo Souza Santos Júnior, o Jairinho, pediu que a mãe da criança seja ouvida.
“Ouçam essa mãe, ela só está pedindo o mínimo, que investigue. Não se limitem, coração de mãe não erra, o coração dessa mãe fala que esse menino não foi para o mar, então, não tentem fechar o inquérito policial ou limitar a investigação”, declarou ele.
Investigação do caso
De acordo com a Polícia Civil, a corporação analisa diversas pistas e busca imagens para identificar o passo a passo feito por Edson Davi até o seu desaparecimento. Segundo a delegada Elen Souto, responsável pelas investigações e titular da Delegacia de Descobertas de Paradeiros (DDPA), foram analisadas 13 câmeras em um perímetro de dois quilômetros. Após análise, foi constatado que o menino não saiu da praia.
A família do menino, por sua vez, acredita que há uma câmera na orla que poderia ter registrado a movimentação, mas que estava fora de serviço no dia do fato. No último dia 30, um novo vídeo deu esperanças para a família do menino. As imagens mostram Edson Davi na barraca dos pais com o cabelo seco, minutos antes do seu desaparecimento ser notado.
A gravação foi realizada por um funcionário da barraca e seria de um momento posterior ao dos vídeos que mostram a criança próximo ao mar. Para Edson dos Santos Almeida, pai do menino, as imagens são uma pista de que havia muitas pessoas na praia naquele momento e que, se o menino fosse visto entrando no mar, a família teria sido avisada. Segundo a família, a filmagem é de 16h46. Às 17h, ele não foi mais visto.
O Programa Desaparecidos divulgou um cartaz que pede ajuda para localizar a criança. O Disque Denúncia recebe informações pela Central de Atendimento, nos telefones (21) 2253-1177 ou 0300-253-1177; pelo WhatsApp Anonimizado, no (21) 2253-1177; pelo WhatsApp dos Desaparecidos, no (21) 98849-6254; e por meio do aplicativo Disque Denúncia RJ. O anonimato é garantido.