Quem são os alvos da PF na operação que investiga “Abin Paralela”
No total, a Polícia Federal (PF) cumpre, nesta quinta-feira (11/7), cinco mandados de prisão preventiva e sete de busca e apreensão
atualizado
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A Polícia Federal (PF) cumpre, nesta quinta-feira (11/7), cinco mandados de prisão preventiva e sete de busca e apreensão na 4ª fase da Operação Última Milha, com o objetivo de desarticular o esquema de espionagem ilegal da chamada “Abin Paralela”.
A organização criminosa se infiltrou na Agência Brasileira de Inteligência (Abin), com o intuito de espionar adversários do clã Bolsonaro com ajuda do software FirstMile. O esquema ilegal ocorreu sem aval da Justiça e tinha como foco espionar autoridades, jornalistas e advogados durante o governo do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).
O Metrópoles confirmou, até o momento, as prisões de:
- Giancarlo Gomes Rodrigues; militar do Exército Brasileiro
- Mateus Sposito, ex-assessor da Secretaria de Comunicação Social (Secom) na gestão Bolsonaro;
- Marcelo de Araújo Bormevet, policial federal; e
- Richards Dyer Pozzer.
No momento, Rogério Beraldo de Almeida segue foragido, segundo o Supremo Tribunal Federal (STF).
Também são alvos da Polícia Federal ex-assessores do vereador Carlos Bolsonaro (PL-RJ), “filho 02” do ex-presidente Jair Bolsonaro. Eles foram alvos de busca e apreensão. Entre eles está José Mateus Sales Gomes e Daniel Ribeiro Lemos.
Alvos de buscas e apreensão:
- Giancarlo Gomes Rodrigues; militar do Exército Brasileiro
- Mateus Sposito, ex-assessor da Secretaria de Comunicação Social (Secom) na gestão Bolsonaro;
- Marcelo de Araújo Bormevet, policial federal;
- Richards Dyer Pozzer;
- Rogério Beraldo de Almeida;
- José Mateus Sales Gomes; e
- Daniel Ribeiro Lemos.
Os alvos da PF na investigação da “Abin Paralela”
- Giancarlos Gomes Rodrigues
Ele é militar do Exército e, anteriormente, tinha sido alvo da PF em 29 de janeiro.
Segundo a PF, Rodrigues participou do monitoramento ilegal do advogado Roberto Bertholdo — figura próxima dos ex-deputados federais Rodrigo Maia e Joice Hasselmann, conhecidos como adversários políticos do ex-presidente.
As investigações mostram que o militar teria cumprido ordens de Alexandre Ramagem (PL-RJ), ex-diretor-geral da Abin no período entre julho de 2019 e março de 2022, durante o governo de Jair Bolsonaro.
- Matheus Sposito
Mateus de Carvalho Sposito é ex-assessor da Coordenação-Geral de Conteúdo e Gestão de Canais da Secretaria de Comunicação Institucional, do Ministério das Comunicações (MCom).
Ainda de acordo com a PF, ele foi o responsável por disseminar, ao lado de outras pessoas, notícias falsas contra a aquisição de vacinas, indo contra aos protocolos sanitários de contenção da Covid-19.
- Marcelo de Araújo Bormevet
Delegado da Polícia Federal, Marcelo Araújo Bormevet atua na corporação desde 2005. Além disso, ele fez parte da equipe de segurança de Jair Bolsonaro durante a campanha presidencial de 2018. Com isso, ele teria ganhado a confiança de Bolsonaro e Ramagem, garantindo uma nomeação para comandar o Centro de Inteligência Nacional (CIN) da Abin.
No governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), Bormevet chegou a ocupar o cargo de assessor na Subchefia Adjunta de Infraestrutura, do Ministério da Casa Civil. Porém, ele foi afastado em janeiro por ordem do ministro Alexandre de Moraes, do STF.
Em abril, a Controladoria-Geral da União (CGU) abriu um processo administrativo disciplinar (PAD) contra Bormevet.
- Richards Dyer Pozzer
Além de alvo da PF, o empresário é investigado na Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Covid por compartilhar uma série de fake news nas redes sociais. Formado pelo Centro Universitário Curitiba (2013), ele atua como gestor de produção industrial.
No X, Pozzer já associou o senador Rogério Carvalho (PT-SE) a praticar “rachadinhas” no gabinete. Após desmentir a alegação, a Polícia Legislativa do Senado Federal solicitou ao X que a publicação fosse tirada do ar.
- José Mateus Sales Gomes
Ex-assessor do vereador Carlos Bolsonaro, Gomes chegou a ser considerado um dos homens de confiança do “02”, quando ocupou um cargo na Assessoria Especial de Bolsonaro, entre 2019 e 2022. Ele também é alvo de investigação no STF no inquérito das fake news.
Após o fim do mandato do ex-presidente, ele foi alocado como secretário parlamentar no gabinete de Ramagem na Câmara dos Deputados. Em três meses (entre março e maio deste ano), ele recebeu R$ 28.174,63 entre remuneração e auxílios.
Além disso, três dias após ser exonerado do gabinete, em 14 de maio, Gomes e dois sócios registraram uma agência de comunicação na Receita Federal.