Quem são as mulheres que “moram” em McDonald’s no Rio de Janeiro
Mulheres que moram há cerca de 3 meses em unidade do McDonald’s no Leblon (RJ) acumulam dívidas de aluguel de imóveis e de calotes
atualizado
Compartilhar notícia
As mulheres identificadas como Susane Paula Muratoni Geremia, de 64 anos, e Bruna Muratori Geremia, de 31 anos, são mãe e filha e moram há quase três meses em um McDonald’s no Leblon, no Rio de Janeiro, de acordo com a CBN e testemunhas.
Ao portal O Dia, Bruna, a mais nova, afirmou que o período de estadia na rede de fast food é bem mais curto.
“A situação é que eu não devo satisfação. Eu conseguiria esclarecer o que está acontecendo, mas não quero. Quem continuar com essas histórias, que são incabíveis, quem continuar investigando vida alheia, vai ter processo criminal e danos na área cível”, ameaçou a mulher.
Ainda ao portal, mãe e filha explicaram que moram no Rio de Janeiro há oito anos. Susane Geremia, inclusive, esclareceu que procura um aluguel no Leblon. Ela afirmou que está visitando apartamentos da região e escolhendo a nova moradia e que, até lá, ela prefere não gastar dinheiro e espera a nova casa aparecer.
Um policial militar, que conversou por alguns minutos com a mulher afirmou que a corporação está de mãos atadas, uma vez que as mulheres não aceitam ajuda de moradores ou do poder público.
“Como não existe crime, não tem o que fazer como agente da lei. Nosso trabalho é tranquilizar as coisas e não deixar a situação generalizar. Eu, como ser humano, estou orando por elas. O que me preocupa é o bem-estar delas”, disse o agente.
Apesar da afirmação de que procuram por um aluguel na região, conforme apurado pela CBN, mãe e filha acumulam uma série de dívidas de aluguel de imóveis, iniciados em 2015, já tendo sido, inclusive, despejadas.
Calote em Porto Alegre e Rio
Susane Paula Geremia e Bruna Geremia têm, ao menos, dois casos na Justiça de Porto Alegre, Rio Grande do Sul, em que alugaram um apartamento e depois pararam de cumprir contrato, deixando de pagar o valor do aluguel.
Em 2017, a dupla foi condenada pelo Tribunal de Justiça do estado após quatro meses sem pagar o aluguel. A dívida somou quase R$ 10 mil.
No Rio os primeiros registros judiciais são de 2019 e, ao todo, são ao menos três casos de contratos de aluguel não cumpridos.
Em um deles, mãe e filha foram despejadas e acumularam mais de R$ 13 mil em dívidas. Em outro caso, um juiz determinou caso de hipossuficiência, ou seja, elas não tinham condições financeiras de arcar com as dívidas.
Em fevereiro deste ano, uma decisão da Justiça do Rio incluiu os nomes das duas na Serasa. Em todos os casos, a Justiça teve dificuldade em localizar Susane e Bruna para que fossem realizadas as devidas notificações.
Mulheres também estiveram em hotel
No Rio, ainda, as mulheres deram calote em um hotel localizado em Copacabana.
“Conheço elas pelo histórico [do local] onde eu trabalhei, um hotel em Copacabana. Elas se hospedaram lá e não pagaram a hospedagem, em 2022. Não aceitam ajuda, são bem ríspidas, não se abrem. Ficam andando na rua, peregrinando. Ficam para lá e para cá, e não têm um local fixo”, contou à CBN um vendedor ambulante que na época trabalhava no estabelecimento.
A história foi confirmada pela gerência do tal hotel, que disse não ter denunciado o caso à polícia para evitar exposição.