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Quem são a vítima petista e o atirador bolsonarista de crime no Paraná

Marcelo Arruda foi atacado a tiros em sua festa de aniversário com tema do PT, em Foz do Iguaçu. Atirador é o policial penal Jorge Guaranho

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crime político
1 de 1 crime político - Foto: Reprodução

O guarda municipal e tesoureiro do Partido dos Trabalhadores (PT) Marcelo Aloizio de Arruda, de 50 anos, morreu na madrugada deste domingo (10/7), após ser baleado na própria festa de aniversário, em Foz do Iguaçu, no oeste do Paraná.

O atirador foi identificado como o agente penitenciário federal Jorge José da Rocha Guaranho, de 38 anos, que foi até o local armado e gritando o nome do presidente Jair Bolsonaro (PL). Jorge também foi baleado, mas sobreviveu, segundo a polícia.

A festa de Marcelo Arruda tinha como tema o PT e fazia referências ao ex-presidente e pré-candidato petista Luiz Inácio Lula da Silva. A confraternização era promovida na Associação Recreativa Esportiva Segurança Física Itaipu (Aresfi). A festa tinha poucos convidados — cerca de 40 pessoas.

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O guarda municipal Marcelo Arruda, candidato a vice-prefeito nas últimas eleições, foi assassinado durante sua festa de aniversário de 50 anos
Eles também vão cobrar uma posição da PGR em relação ao assassinato do petista por um policial bolsonarista
A festa tinha poucos convidados — cerca de 40 pessoas
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O guarda municipal Marcelo Arruda era filiado ao PT e apoiador de Lula

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O guarda municipal Marcelo Arruda, candidato a vice-prefeito nas últimas eleições, foi assassinado durante sua festa de aniversário de 50 anos

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Eles também vão cobrar uma posição da PGR em relação ao assassinato do petista por um policial bolsonarista

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A festa tinha poucos convidados — cerca de 40 pessoas

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Guarda municipal

Marcelo Arruda era casado e pai de quatro filhos, entre eles um bebê de 1 mês. Era guarda municipal há 28 anos, diretor do Sindicato dos Servidores Municipais de Foz do Iguaçu (Sismufi) e tesoureiro do PT local. Nas eleições de 2020, saiu candidato a vice-prefeito de Foz pelo PT. A chapa recebeu 2,2% dos votos válidos.

Ligado há anos à militância política e atividade sindical, Marcelo era bem conhecido e querido na região. Não escondia  sua orientação à esquerda e sua predileção pelo PT e pela figura de Lula.

Nas redes sociais e no cotidiano, o guarda civil não poupava críticas à gestão de Jair Bolsonaro. E isso acabou fazendo com que ele despertasse contrariedade entre os apoiadores do presidente.

Marcelo Arruda era figura histórica na guarda municipal de Foz do Iguaçu. Ele fazia parte da primeira turma da corporação.

Após ter sido baleado na própria festa de aniversário neste domingo, o servidor chegou a ser levado ao Hospital Municipal, mas não resistiu aos ferimentos e morreu. A morte dele foi confirmada por volta das 4h30.

A diretoria do Sindicato dos Servidores Municipais de Foz do Iguaçu (Sismufi) emitiu nota de pesar pela morte de Marcelo.

“Arruda era um lutador incansável pelas causas dos servidores municipais, para ele não tinha tempo ruim, sempre disposto e aguerrido nas lutas pelos direitos dos trabalhadores. Fica uma lacuna de um grande homem na luta sindical. Neste momento de imensa dor pela perda irreparável, só Deus poderá confortar os corações dos familiares e amigos”, comunicou.

O prefeito da cidade, Chico Brasileiro, também lamentou a morte do servidor. “Agradecemos ao Marcelo Arruda por toda sua dedicação e comprometimento com o município, o qual nestes 28 anos de funcionalismo público defendeu bravamente, tanto atuando na segurança como na defesa dos servidores municipais”, destacou o prefeito em nota.

O velório do servidor ocorre neste domingo no Ginásio Sebastião Flor.

Agente penitenciário

O agente penitenciário federal Jorge José da Rocha Guaranho, que invadiu a festa de aniversário e atirou contra Marcelo Arruda, também foi alvejado e internado no Hospital Municipal Padre Germano Lauck.

No fim da tarde deste domingo a Polícia Civil do Paraná informou que ele tinha estado de saúde estável. Anteriormente, chegou a circular a informação de que ele tinha morrido. Ele se encontra custodiado pela polícia e foi autuado em flagrante por homicídio doloso.

Conforme relatos, o policial chegou no local da festa de carro aos gritos de “aqui é Bolsonaro” e “mito”. E ele faz questão de exibir suas preferências nas redes sociais.

Na internet, o policial penal tem diversos posts que mostravam apoio inflamado ao atual presidente da República desde 2018, ano eleitoral.

O agente penitenciário chegou a declarar: “Eu sou o caixa 2 do Bolsonaro”. Dois anos após a eleição, publicou: “Eu era 100% Bolsonaro, mas depois de hoje decidi ser 200%”.

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José Jorge Guaranho é apoiador de Bolsonaro
Nas redes sociais de Guaranho, existem várias referências ao presidente Jair Bolsonaro
Segundo relatos, o policial penal teria entrado na festa gritando "mito"
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Jorge José da Rocha Guaranho faz parte da Polícia Penal Federal (PPH)

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José Jorge Guaranho é apoiador de Bolsonaro

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Nas redes sociais de Guaranho, existem várias referências ao presidente Jair Bolsonaro

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Segundo relatos, o policial penal teria entrado na festa gritando "mito"

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O agente penal também posta em defesa das forças policiais, cobrando justiça para os casos em que agentes são mortos. Coincidentemente, o petista morto em sua própria festa de aniversário por Jorge faz parte de uma de segurança: a Guarda Municipal de Foz do Iguaçu.

Jorge Guaranho é casado e tem um bebê de pouco mais de dois meses de vida. Antes do momento do ataque, quando chegou no clube, inclusive, Jorge José Guaranho estava com a prória esposa e a criança dentro do carro. A mulher teria implorado para que o marido cessasse as provocações.

Nas redes sociais, o agente penitenciário também gosta de enaltecer a família, em posts com seu filho e familiares.

Ele também disse que “armas = defesa”.

Investigação

Até agora não se sabe o que o agente penal federal foi fazer no local onde ocorria a festa de Marcelo Arruda. O aniversariante, inclusive, teria dito no primeiro momento em que Guaranho foi ao local que não o conhecia.

Conforme convidados do aniversário, o local fica distante da área urbana da cidade e sequer apresentava som em volume alto para atrair a atenção de alguém. Além disso, no momento em que o agente penal chegou no local, já próximo da meia noite, as pessoas já estavam se dispersando.

O caso é investigado pela Delegacia de Homicídios de Foz do Iguaçu, que trabalha com a linha de que o crime tem motivação política.

A Polícia Civil pediu imagens das câmeras de monitoramento e as armas usadas na troca de tiros para perícia.

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