“Quem nunca deu tapa no bumbum do filho?”, diz Bolsonaro sobre Geisel
O deputado federal Jair Bolsonaro (PSL-RJ) comparou as 104 mortes, autorizadas pelo ex-presidente ditador, a uma punição familiar
atualizado
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Pré-candidato do PSL à Presidência da República, o deputado federal Jair Bolsonaro comparou as autorizações sumárias dadas pelo presidente Ernesto Geisel para executar opositores do regime militar no Brasil a uma espécie de punição usada por pais contra seus filhos. “Quem nunca deu um tapa no bumbum do filho e depois se arrependeu? Acontece”, disse o parlamentar à Rádio Super Notícia, de Belo Horizonte, na manhã desta sexta-feira (11/5).
Documento escrito pelo diretor da CIA em 1974, William Colby, e revelado na quinta (10) afirma que Geisel, quando assumiu o governo, deu continuidade à política de repressão e execução de presos políticos então praticada por seu antecessor, Emílio Médici. Bolsonaro desmereceu os registros da agência americana de inteligência e defendeu a atuação dos militares à época.
Bolsonaro explicou como acredita que o documento foi produzido. “O que pode ter acontecido com esse agente da CIA? Quantas vezes você não falou no canto? ‘Tem de matar mesmo, bater’. Talvez o cara tenha ouvido uma conversa como essa, fez o relatório e mandou”, disse. Em seguida, citou matéria publicada na imprensa a respeito de mortes ocorridas de militantes políticos e militares durante a ditadura. “O momento era outro. Ou a gente botava para quebrar, ou o Brasil estava perdido”, pontuou o deputado.
O parlamentar comentou ainda sobre o movimento de resistência do período conhecido como Guerrilha do Araguaia. “Se tivéssemos agido com humanismo ao tratar esse foco de guerrilha, teríamos no coração do Brasil uma Farc (Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia). E graças aos militares daquela época, não temos”, afirmou.
“Esse pessoal diz que matamos naquele momento, que desapareceu, caso estivesse vivo por um motivo qualquer, estaria preso acompanhando o Lula lá em Curitiba. Essas pessoas não têm qualquer amor à democracia e à liberdade. Eles querem o poder absoluto”, assinalou o postulante ao cargo de chefe do Executivo nacional.
Acordo
Segundo o parlamentar, líder em alguns cenários da disputa pelo Palácio do Planalto, ao contrário do que poderia estar ocorrendo com outros pré-candidatos em seu lugar, nenhuma legendao chama para conversar. “Se outro deputado, político ou interessado qualquer tivesse em torno de 20% (nas pesquisas), já imaginou a quantidade de partidos que estaria buscando esse candidato pra fazer acordos para o futuro?”.