Veja quem é Johny Bravo, traficante que viralizou após festa de luxo

O traficante John Wallace da Silva Viana, conhecido como Johny Bravo, voltou a viralizar nas redes sociais após dar uma festa de luxo no último domingo (25/8), para comemorar os 36 anos.

Nas imagens do evento, ele aparece usando camisa preta e colares grandes dourados.

Veja o vídeo:

 

Considerado atualmente como um dos nomes mais importantes do Comando Vermelho (CV), Bravo é chefe do tráfico local das favelas da Rocinha e do Vidigal, na Zona Sul do Rio.

Após a publicação do vídeo, o Disque Denúncia fez uma postagem reforçando o pedido de informações sobre o criminoso, que é foragido da Justiça. Contra ele há seis mandados de prisão em aberto por uma série de crimes, como tráfico de drogas e homicídio.

O traficante controla a comercialização de sinais de TV clandestinos, além de outras cobranças ilegais nas comunidades em que atua, como assinaturas de internet e por gás encanado.

Além disso, de acordo com informações recebidas pela polícia, Johny Bravo cobra uma taxa de R$ 300 pelo uso de um campo de futebol público no alto do Vidigal.

Conhecido da polícia

Em outubro de 2023, a Polícia Federal (PF) apreendeu 47 fuzis em uma mansão da Barra da Tijuca, área nobre do Rio de Janeiro. A suspeita da corporação é de que o armamento seria entregue a Johny Bravo, chefe do tráfico na Favela da Rocinha.

O traficante ganhou o apelido de Johny Bravo por ser considerado muito vaidoso pelos seus comparsas. O personagem de desenho animado tem um físico avantajado, usa roupas apertadas e está sempre em busca de uma namorada bonita.

Johny Bravo assumiu o controle da Rocinha em 2017, quando o traficante Rogério Avelino da Silva, o Rogério 157, foi preso.

Em sua festa de aniversário do ano passado, quando completou 35 anos, no dia 25 de agosto, John Wallace promoveu uma festa que durou três noites e contou com queima de fogos de artifício, baile, distribuição de bebidas alcoólicas e postagens nas redes sociais.

O traficante chegou a ir para a Suíça, em 2014, após desavenças com outros criminosos. Segundo o Disque Denúncia, fluente em inglês, ele viaja com frequência para o exterior.

Articulador de invasão

Segundo investigações, Johny Bravo foi o principal articulador e mentor da invasão ao Morro da Mineira, no dia 26 de agosto de 2020. A maior parte das armas usadas na ocasião foram fornecidas por ele. Traficantes partiram da Rocinha, para a Ladeira dos Tabajaras, em Copacabana.

Durante o trajeto, criminosos trocaram tiros com policiais e agentes do Segurança Presente na Lagoa e no Humaitá. No fim da tarde do dia 26, após se reunirem no Morro Fallet-Fogueteiro, em Santa Teresa, os bandidos tentaram invadir a Mineira. Houve um intenso tiroteio que durou até a madrugada.

Durante o confronto, Ana Cristina da Silva, de 25 anos, que estava indo para o bar onde trabalhava com o filho, foi ferida e acabou morrendo. Ela se curvou sobre a criança, de 3 anos, para protegê-la. Ana foi atingida por um tiro de fuzil na cabeça e outro na barriga. Jony Bravo foi um dos indiciados pela Delegacia de Homicídios da Capital (DHC) pela morte da mulher.

O discreto Johny Bravo

Apesar da vaidade, o chefe do tráfico na Rocinha tem pavor de fotografias e vídeos, além de ser extremamente vingativo.

Em 2020, ele ameaçou matar o autor das imagens que o flagraram no baile funk em que aparece com uma escolta armada e, pelo menos, 22 fuzis diante de uma multidão — da qual participavam inclusive crianças:

“Quem gravou a equipe do Bravo na Rocinha, no baile, vai morrer. Quem estava do lado de quem estava gravando vai ser cassado para falar como a pessoa era, entendeu?”, diz a mensagem postada em redes sociais pela quadrilha à época.

Em uma de suas fotos obtidas pela polícia, ele aparece de roupa preta ao lado de criminosos armados e com roupas camufladas.

O traficante também ostenta um fuzil, um colar de ouro e anéis que formam o nome Rogério 157 — referência ao traficante Rogério Avelino da Silva, ex-chefe do tráfico da Rocinha, preso em 2018 e condenado a 32 anos de prisão.

Mansão de R$ 1 milhão

Uma casa de luxo com piscina, que era usada como local de festas do tráfico, segundo a Polícia Civil, foi demolida durante ação da prefeitura do Rio. A suspeita da investigação é de que a mansão seja de Johny Bravo.

Com dois andares e uma extensa área externa, a residência ficava localizada na região denominada Roça. Segundo engenheiros da Prefeitura, a construção teve investimento de cerca de R$ 1 milhão, e tinha um terreno de aproximadamente 450 metros quadrados.

O órgão municipal aponta que a obra foi feita ilegalmente e sem nenhum acompanhamento técnico.

A área de lazer da mansão tinha uma piscina com três metros de profundidade, com escorrega, e mais de 100 mil litros de água. A piscina também tinha uma decoração azulejada, com iluminação instalada na parte interna e uma cascata.

No momento da demolição, a equipe da Seop percebeu que a área — que ainda estava em construção — já era utilizada. Próximo à piscina foi encontrada uma churrasqueira, além de carvão e sacos de lixo com garrafa de bebidas alcoólicas vazias.