Quem ficou em silêncio ao depor à PF alegou não ter acesso aos autos
O ministro Alexandre de Moraes, do STF, derrubou o sigilo dos depoimentos prestados em investigação sobre tentativa de golpe
atualizado
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Das 27 pessoas — civis e militares — que prestaram depoimento à Polícia Federal em operação que investiga suposta tentativa de golpe de Estado, pelo menos 14 ficaram em silêncio. À época das oitivas era de amplo conhecimento que o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) tinha optado por não falar aos invstigadores sob o argumento de que não teve acesso completo ao processo, como os termos de delação premiada de seu ex-ajudante de ordens Mauro Cid.
Nesta sexta-feira (15/3), após o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), derrubar o sigilo de todos os depoimentos no âmbito da Operação Tempus Veritatis foi possível calcular quem optou por não falar. A maioria deles sob o argumento de que não tiveram aesso ao processo na integralidade.
Todos são investigados pela suspeita de terem integrado organização criminosa que atuou em suposta tentativa de golpe de Estado e abolição do Estado Democrático de Direito a fim de obter vantagem de natureza política com a manutenção do então presidente da República no poder.
Os alvos prestaram depoimento após convocação do PF. Na decisão, publicada nesta sexta-feira (15/3), Moraes argumenta que é necessário evitar ruídos e publicações com informações incompletas sobre o tema. Por isso, derrubou o sigilo dos depoimentos prestados a autoridade policial.
Veja a lista de quem optou por permanecer em silêncio em oitiva na PF:
Jair Messias Bolsonaro – ex-presidente da República;
Walter Souza Braga Netto – ex-ministro da Defesa e candidato a vice-presidente na chapa de Bolsonaronas Eleições de 2022, quando Bolsonaro não foi eleito;
Ailton Gonçalves Moraes Barros – capitão reformado do Exército;
Almir Garnier Santos – ex-comandante da Marinha;
Amauri Feres Saad – advogado. Foi citado na CPI dos Atos Golpistas como “mentor intelectual” de documento, chamado de “minuta de golpe”, encontrado na casa de Anderson Torres, em Brasília;
Angelo Martins Denicoli – major da reserva do Exército;
Augusto Heleno Ribeiro Pereira – ex-ministro do Gabinete de Segurança Institucional (GSI) na gestão de Jair Bolsonaro;
Helio Ferreira Lima – tenente-coronel do Exército;
José Eduardo de Oliveira e Silva – padre da diocese de Osasco (SP);
Marcelo Costa Câmara – coronel do Exército;
Mario Fernandes – homem de confiança de Bolsonaro;
Paulo Sérgio Nogueira de Oliveira – ex-ministro da Defesa;
Rafael Martins de Oliveira – tenente-coronel do Exército;
Ronald Ferreira de Araújo Júnior – oficial do Exército;