Quem era o promotor assassinado no Equador nesta 4ª feira (17/1)
O promotor César Suárez investigava a invasão de criminosos a um estúdio de televisão no Equador durante transmissão ao vivo
atualizado
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César Suárez, promotor que investigava a invasão de um estúdio de televisão no Equador, foi executado nesta quarta-feira (17/1). O membro do Ministério Público do país tinha na carreira apurações em casos de tráfico de drogas, peculato, terrorismo e mortes violentas.
O jornal equatroriano El Universo detalhou a trajetória do profissional. Com carreira iniciada na cidade de Manta, integrou a Unidade de Mortes Violentas do órgão ministerial equatoriano, onde pode se empenhar na condenação de acusados de assassinatos, feminicídios e matadores de aluguel.
Ao ser transferido para a capital do Equador, Quito, passou a se envolver na investigação de funcionários suspeitos de envolvimento em casos de corrupção a nível nacional. Em 2022, por exemplo, atuou em um caso que apurava irregularidades na compra de suprimentos médicos.
Durante a pandemia da Covid-19, o promotor investigou o crime organizado pela venda ilegal de medicamentos. De acordo com o El Universo, no momento, o promotor apurava suposto desvio de fundos devido a um possível superfaturamento.
Recentemente, ele divulgou nas redes sociais ter trabalhado na condenação de oito pessoas por atos terroristas ocorridos em novembro de 2022.
Execução
O promotor César Suárez foi assassinado nesta quarta-feira (17/1). Ele teve o carro alvejado a tiros na cidade de Guayaquil.
O caso que o promotor investigava ocorreu em 9 de janeiro. Criminosos entraram armados em um estúdiodo canal de televisão da TC Televisión, na cidade de Guayaquil, durante uma transmissão ao vivo.
A Polícia do Equador confirmou 13 prisões, além da apreensão de armas e explosivos no local.
Invasão de TV e ameaça
Imagens que viralizaram nas redes sociais mostram criminosos, com armas de fogo, facas e até granadas, ameaçando o apresentador e a equipe de TV.
O ataque levou o presidente do Equador, Daniel Noboa, a assinar um decreto em que reconheceu a situação de conflito armado interno em âmbito nacional. Com o instrumento, o presidente ordenou que as Forças Armadas realizem operações militares para neutralizar “organizações terroristas e atores beligerantes não estatais”.
O decreto mira os seguintes grupos, que são tratados como organizações terroristas: “Águilas, ÁguilasKiller, Ak47, Caballeros Oscuros, ChoneKiller, Choneros, Covicheros, Cuartel de las Feas, Cubanos, Fatales, Gánster, Kater Piler, Lagartos, Latin Kings, Lobos, Los p.27, Los Tiburones, Mafia 18, Mafia Trébol, Patrones, R7 e Tiguerones”.
O país enfrenta uma onda de violência. Os ataques promovidos por facções tiveram início após o presidente do Equador decretar estado de exceção no país, quando o líder da gangue Los Choneros, José Adolfo Macías Villamar, conhecido como Fito, fugiu da prisão.