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Quem era o médico do ES que morreu em abrigo como voluntário no RS

Leandro Medice morreu durante viagem para o Rio Grande do Sul, onde prestava ajuda humanitária às vítimas das chuvas

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De acordo com o marido do médico Leandro Medice, de 41 anos, que morreu em um abrigo de São Leopoldo, no Rio Grande do Sul, ele era muito saudável e sem histórico de doenças. Medice participava de uma missão humanitária na cidade gaúcha, para ajudar as vítimas das chuvas no estado, quando foi encontrado morto nessa segunda-feira (13/5).

Uma das suspeitas é que ele tenha sofrido um mal súbito.

Em um vídeo publicado na madrugada de domingo (12/5), antes de embarcar para o Rio Grande do Sul, o profissional destacou que era a primeira missão humanitária que faria. O vídeo foi postado por ele numa rede social. Veja:

 

Entre os comentários que Medice recebeu de incentivo ao trabalho, um deles foi da própria mãe, Andrea Medice. No domingo, quando ele viajou, era celebrado justamente o Dia das Mães. Ele deixou a sua em casa para ir ajudar as vítimas da chuva.

“Que lindo!!! Deus os acompanhe e conserve esse amor em seus corações. Esse é um presente que jamais sairá das minhas lembranças. Feliz Dia das Mães para todas nós, mulheres guerreiras que conseguirão vencer mais essa batalha. Deus as abençoe”, disse a mãe do profissional na publicação.

Médico e fisioterapeuta

A primeira formação de Leandro Medice era fisioterapia. Em seguida, formou-se em medicina e fez especialização em cardiologia. Ele trabalhou como médico intensivista e, também, no Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu).

Nos últimos anos, dedicou-se à especialidade de estética capilar em uma empresa localizada na Praia da Costa, em Vila Velha, que tinha com o marido.

“Ele era muito saudável, sempre cuidou da saúde. Nunca teve histórico nenhum de problemas. Eu ainda não consigo acreditar no que aconteceu. Quando me contaram, pensei que fosse brincadeira. Ele foi para ajudar as pessoas e aconteceu essa tragédia”, contou ao g1, o acupunturista e marido de Leandro, João Paulo Martins.

Leandro e João Paulo estavam juntos havia seis anos. Nas redes sociais, o profissional compartilhava a rotina de trabalho, as viagens que fazia com o marido, a família e os amigos.

Profissional querido

Durante nove anos, o profissional fez parte do corpo clínico do Hospital Evangélico de Vila Velha (HEVV), entre 2012 e 2021. Medice atuou no hospital como médico intensivista na unidade de terapia intensiva (UTI). O hospital divulgou uma nota lamentando a morte do profissional.

“A direção do HEVV ressalta que dr. Leandro Medice sempre foi uma pessoa muito querida pelos colegas de trabalho e um profissional exemplar durante os anos em que atuou no hospital. A direção lamenta, profundamente, a morte súbita do médico”, diz a nota.

O coordenador do Serviço de Cardiologia da unidade, o médico Diogo Barreto, acrescentou ainda que Medice era muito querido. “Eu trabalhei com ele diretamente por cerca de quatro anos. Era uma pessoa ímpar, íntegro, de uma índole incrível. Todo mundo gostava dele, porque ele cativava todos. Vai ser lembrado como uma pessoa alegre que agregava coisas boas para todos. Toda a equipe que trabalhou com ele ficou muito sentida. Triste notícia”, comentou Diogo.

Morte inesperada

De acordo com o marido de Leandro, o médico trabalhou a semana inteira com cirurgias na empresa de estética capilar e organizou a viagem ao Rio Grande do Sul com um grupo de amigos, também médicos, em um jato particular.

“O voo para o Sul estava marcado para às 3h de domingo (12/5). A intenção era chegar pela manhã e voltar para Vitória na segunda-feira (13) à noite. Ele tinha uma agenda para cumprir na clínica no dia seguinte”, explicou o marido. No mesmo dia, Medice contou ao esposo que trabalhou o dia inteiro aferindo pressão e fazendo os primeiros atendimentos básicos nas vítimas da chuva na região.

Segundo João Paulo, por telefone, Leandro contou que ainda na noite de domingo, após um dia inteiro de trabalho, ele foi recebido com muito carinho no abrigo. Disse que trabalhou o dia todo e que ia dormir para estar pronto para trabalhar nessa segunda-feira.

“Leandro roncava um pouco e, por isso, preferiu dormir mais afastado dos amigos. Me contou que era tudo muito organizado, que conseguiram um colchão muito limpo e que já estava com saudade de mim. Estávamos juntos há seis anos e disse que não lembrava qual tinha sido a última vez que tinha viajado sozinho”, contou o marido do médico, muito emocionado.

O retorno do profissional ao Espírito Santo seria na segunda-feira (13/5). No entanto, o marido de Leandro contou ainda que, ao amanhecer, o médico não apareceu no ponto de encontro no horário combinado. “Ele sempre foi muito pontual. As amigas foram até ele e já o encontraram morto”, relatou.

A morte do profissional foi confirmada 24 horas após a viagem. Nas redes sociais, a mãe do profissional também compartilhou uma publicação, no qual diz que Medice teve um infarto fulminante.

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