Quem era Delfim Netto, ex-ministro que morreu aos 96 anos
Ex-ministro morreu durante a madrugada desta segunda-feira (12/8) em decorrência de complicações no quadro de saúde
atualizado
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Antônio Delfim Netto, ex-ministro da Fazenda e ex-deputado federal, morreu aos 96 anos, na madrugada desta segunda-feira (12/8), em São Paulo. Ele estava internado desde a última segunda-feira (5/8) no Hospital Israelita Albert Einstein. Delfim atuou como ministro da Fazenda, da Agricultura e do Planejamento, além de deputado federal.
Delfim Netto ocupou o cargo de ministro da Fazenda entre 1967 e 1974, além de ter sido ministro do Planejamento entre 1979 e 1985 e ministro da Agricultura em 1979. Ele foi embaixador do Brasil na França de 1975 a 1977. O ex-ministro deixa uma filha e um neto, segundo o G1.
Ele também votou a favor do Ato Institucional número 5 (AI-5), que recrudesceu a ditadura no Brasil. Em seu voto pelo AI-5, afirmou que deveria ser concedida ao presidente “a possibilidade de realizar certas mudanças constitucionais, absolutamente necessárias para que este País possa realizar o seu desenvolvimento com maior rapidez”.
Renomado professor e economista, Delfim Netto foi professor emérito da Faculdade de Economia, Administração e Contabilidade da Universidade de São Paulo (FEA-USP). Também foi um dos principais nomes da economia brasileira, atuando diretamente ou indiretamente no governo brasileiro.
Em 2014, Delfim doou a biblioteca de 250 mil livros para a universidade.
Delfim era neto de imigrantes italianos e nasceu no bairro do Cambuci, em São Paulo. Filho de José Delfim, funcionário da Companhia Municipal de Transportes Coletivos (CMTC), e Maria Delfim, dona de casa e costureira, ele iniciou a trajetória profissional aos 14 anos como auxiliar de escritório na companhia Gessy, após o falecimento do pai.
Em 1966, Delfim iniciou sua ascensão política ao ser nomeado Secretário da Fazenda do Estado de São Paulo. No ano seguinte, assumiu o cargo de ministro da Fazenda, posição que ocupou durante os governos de Costa e Silva e Médici. Durante esse período, foi o responsável pelo episódio histórico conhecido como o Milagre Econômico, segundo o site da USP.
O ex-ministro prosseguiu os estudos na Escola Técnica de Comércio Carlos de Carvalho e escrevia sobre economia para jornais Folha da Tarde, hoje nomeado como Agora São Paulo e O Tempo.