Quem é Sabine Boghici, presa por dar golpe milionário na própria mãe
Atritos entre a mãe e a filha já ocorriam. O amor pelos animais foi pressuposto para um dos mais recentes conflitos
atualizado
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A mulher presa suspeita de explorar a própria mãe é engajada na causa animal, estudou em um dos melhores colégios do Rio de Janeiro e fez carreira como modelo. Sabine Coll Boghici é filha do marchand Jean Boghici, falecido no Rio de Janeiro em 2015, e de Geneviève Rose Marie Coll Boghici.
Sabine seria a líder de uma quadrilha que deu um golpe milionário contra a própria mãe. Investigações da Polícia Civil apontam que o grupo roubou cerca de R$ 725 milhões em obras de arte, joias e dinheiro de Geneviève.
A herdeira do marchand é engajada na causa animal desde antes do falecimento do pai. O amor pelos bichos se exprime nas redes sociais de Sabine. O feed do Facebook dela é repleto de postagens sobre cachorros. Filha de família rica, Sabine estudou no Lycée Molière, do Rio de Janeiro, colégio renomado na capital carioca.
Antes de ser presa, atuava como modelo na The One Agency, e fazia parte do casting da agência.
Animais também foram motivo de disputa entre Sabine e Geneviève, em junho deste ano. A briga que chegou à esfera judicial tinha razão pelos direitos de cuidar dos cães e gatos que a família possui em um sítio em Itaipava, no Rio de Janeiro.
Os animais, contudo, não foram o único motivo do atrito de mãe e filha. Sabine residia na região serrana do estado. Sentindo-se isolada, ela pedia à mãe uma casa mais próxima do centro do Rio, para “cuidar dos animais”. A mãe não só não cedeu como trocou a fechadura de um apartamento de Copacabana.
Segundo a investigação policial, entre 2020 e 2021, Sabine agrediu e ameaçou de morte a mãe. Chegou a negar comida para obrigar a genitora a pagar aos golpistas. Nas primeiras duas semanas, Genevève pagou R$ 5 milhões, e outros pagamentos aconteceram.
Com 39 transferências, Sabine arrancou de Geneviève R$ 725 milhões, com ajuda de uma suposta cartomante e outro terceiro. Na operação policial que deteu os golpistas, a polícia apreendeu obras de arte.
Os criminosos teria levado as seguintes obras:
1) O Sono, de Tarsila do Amaral: R$ 300 milhões;
2) Sol Poente, de Tarsila do Amaral: R$ 250 milhões;
3) Pont Neuf, de Tarsila do Amaral: R$ 150 milhões;
4) Ela, aquarela, de Cícero Dias: R$ 1 milhão;
5) Aquarela sem título, de Cícero Dias: R$ 1 milhão;
6) Desenho representando uma paisagem, 1935, de Alberto Guignard: R$ 150 mil;
7) Rue des Rosiers, de Emeric Marcier: R$ 150 mil;
8) Église Saint Paul, de Emeric Marcier: R$ 150 mil;
9) Porto de Pesca rem Hong-Kong, de Kao Chien-Fu: R$ 1 milhão;
10) Coruja ao Luar, de Kao Chi-Feng: R$ 1 milhão;
11) Retrato, de Michel Macreau: R$ 150 mil;
12) Mulher na Igreja, de llya Glazunov: R$ 500 mil;
13) Mascaradas, de Di Cavalcanti: R$ 1,5 milhão;
14) O Menino, de Alberto Guignard: R$ 2 milhões;
15) Maquete Para Meu Espelho, de Antônio Dias: R$ 1,5 milhão;
16) Elevador Social, de Rubens Gerchman: R$ 1,5 milhão.