Quem é quem na operação da PF contra Zambelli e “hacker da Vaza Jato”
Além da deputada Zambelli, outras pessoas foram alvo de busca e apreensão, e até prisão preventiva, na quarta-feira (2/8)
atualizado
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A Operação 3FA foi deflagrada pela Polícia Federal nessa quarta-feira (2/8) e resultou na busca e apreensão de documentos e bens da deputada federal Carla Zambelli (PL), além da prisão preventiva do hacker Walter Delgatti. Veja quem são os principais envolvidos nos desdobramentos da operação.
- Deputada federal Carla Zambelli (PL)
A deputada é investigada por suspeita de envolvimento na invasão aos sistemas do Conselho Nacional de Justiça (CNJ) e na inserção de documentos e alvarás de soltura falsos no Banco Nacional de Mandados de Prisão (BNMP). Ela teria pagado ao hacker Walter Delgatti Neto para que ele invadisse ambos os sistemas e emitisse um mandado de prisão falso contra o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes.
- Walter Delgatti Neto
Conhecido como “Hacker da Vaza Jato” e “Vermelho”, Delgatti é peça central na operação. Ele prestou depoimento à Polícia Federal, onde afirmou que Zambelli foi quem pediu (e pagou) para que ele invadisse ambos os sistemas da CNJ e BNMP, além das urnas eletrônicas, e que inclusive tentou grampear o celular do ministro Alexandre de Moraes. É a terceira vez em que ele é preso, desde 2019.
- Renan César Silva Goulart
Um dos envolvidos que tiveram os sigilos bancários quebrados por Moraes, ele teria enviado parte do pagamento, no valor de R$ 10,5 mil, a Delgatti, via Pix. Renan também é assessor do deputado estadual Bruno Zambelli (PL-SP), irmão de Carla.
- Jean Hernani Guimarães Vilela
Jean Hernani também teve os sigilos bancários quebrados por Moraes. Ele teria enviado parte do pagamento a Walter Delgatti, tendo feito a transação de R$ 3 mil via Pix. Jean é ex-assessor da ex-parlamentar Joice Hasselmann, tendo sido nomeado ao cargo de secretário parlamentar de Zambelli neste ano.
- Thiago Eliezer Martins Santos
Morador de Águas Claras, Thiago foi apontado por Delgatti como mais um dos envolvidos na mentoria de invasão ao CNJ. Conhecido como “Chiclete”, também foi alvo de mandado de busca e apreensão de documentos e dispositivos eletrônicos na manhã de ontem. Thiago havia sido detido na segunda fase da Operação Spoofing, e é réu em uma ação penal na Justiça Federal do Distrito Federal sob acusação de ser um dos líderes das invasões a contas de autoridades no aplicativo de mensagens Telegram, incluindo procuradores da Operação Lava Jato.
Entenda
O nome da Operação 3FA faz alusão a um protocolo de segurança digital que exige duas formas de identificação para permitir acesso, chamada de autenticação de dois fatores (2FA).
Realizada na última quarta-feira (2/8), a 3FA resultou em uma manhã movimentada, com direito a pronunciamento da própria Zambelli, no Congresso Nacional, sobre o assunto, pouco antes de sua defesa no Conselho de Ética da Câmara dos Deputados, e a quebra de sigilo bancário dos envolvidos, solicitada pelo ministro Alexandre de Moraes, do STF.
Diversas autoridades e parlamentares se manifestaram nas redes sociais, incluindo a ex-parlamentar Joice Hasselmann, que fez alusão à fala “Toc, toc, três batidinhas na porta, é a Polícia Federal”. O próprio partido de Zambelli, o Partido Liberal, e a Câmara dos Deputados tratam a cassação de Zambelli como certa.