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Quem é o pastor que atacou judeus na web e foi preso pela PF no Rio

Tupirani da Hora Lores foi preso por seus discursos de ódio contra judeus, negros e gays. Ele já foi alvo de operações da Polícia Federal

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Pastor Tupirani da Hora Lores foi preso por intolerância religiosa pela PF no Rio de Janeiro
1 de 1 Pastor Tupirani da Hora Lores foi preso por intolerância religiosa pela PF no Rio de Janeiro - Foto: Reprodução/TV Globo

Rio de Janeiro – Conhecido por seus discursos de ódio contra judeus, além de praticantes de outras religiões, negros e gays, o pastor Tupirani da Hora Lores é líder da Igreja Pentecostal Geração Jesus Cristo, no Rio de Janeiro. Alvo da operação Rófesh, ele foi preso pela Polícia Federal na manhã desta quinta-feira (24/2).

Nos cultos que comanda, Tupirani não esconde a sua intolerância, principalmente a religiosa. Em diversos vídeos que circulam nas redes sociais, há ataques diretos aos judeus e membros de outras religiões.

“Óh, Deus da igreja! Massacra eles, que sejam envergonhados como na Segunda Terra e não consigam forças para levantar. Glorifico o teu o teu nome, Deus. Maldito sejam os judeus, que cuspiram e continuam assassinando Jesus Cristo até hoje. Maldito sejam eles”, disse em um dos cultos.

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Pastor Tupirani da Hora Lores foi preso por intolerância religiosa pela PF no Rio de Janeiro
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Líder religioso usava uma camiseta "não sou vacinado" no momento da prisão

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Pastor Tupirani da Hora Lores foi preso por intolerância religiosa pela PF no Rio de Janeiro

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O vídeo foi denunciado pela Confederação Israelita do Brasil (Conib) e a Federação Israelita do Rio de Janeiro (Fierj) à Justiça do Rio por apologia ao nazismo. Em março de 2021, a PF deflagrou a operação Shalom para recolher provas de que o religioso pediu por um “massacre” de judeus.

Na ação, Tupirani desafiou os agentes federais em um vídeo publicado nas redes sociais: “Manda o delegado vir aqui pedir a minha retratação. Ele não é homem para isso, eu sou vencedor do sistema, ninguém me detém”.

Tupirani já foi preso por intolerância religiosa em 2009. Na época, o pastor se tornou o primeiro condenado no Brasil por esse tipo de crime. Em 2012, o líder religioso e alguns discípulos da igreja foram presos por intolerância religiosa, por comportamentos homofóbicos, xenófobos e racistas.

Briga com pastora

Em agosto do ano passado, Tupirani afirmou que a “igreja não levanta placa de filho da puta negro e veado”. O discurso de ódio foi realizado depois que a pregadora Karla Cordeiro, a Kakau, da Igreja Sara Nossa Terra, se envolveu em uma polêmica sobre o assunto.

A pastora havia dito para que os fiéis parassem de “ficar postando coisa de gente preta, de gay”. Com a repercussão do vídeo e da abertura de um inquérito policial, Kakau se desculpou e se retratou em um comunicado oficial. A atitude da pregadora irritou o líder da Igreja Pentecostal Geração Jesus Cristo.

“Sabe o que você é, Karla Cordeiro? Você é uma puta, uma prostituta, seu pastor deve ser um veado e a sua igreja toda é uma igreja de prostitutas. Vocês não são evangélicos. Malditos sejam vocês, que a garganta de vocês apodreça por terem ousado tocar no nome de Jesus, raça de putas e piranhas, é isso que vocês são”, afirmou Tupirani.

Racismo e apologia ao crime

Tupirani responderá pelos crimes de racismo, ameaça e incitação e apologia ao crime. Além da prisão, o pastor teve o celular apreendido. Ao ser levado por agentes da Polícia Federal, ele vestia uma camiseta “não sou vacinado” sobre não ter recebido o imunizante contra a Covid-19.

A operação Rófesh recebeu esse nome porque, em hebraico, significa liberdade, fazendo alusão às recentes discussões sobre os limites da liberdade de expressão.

A Federação Israelita do Estado do Rio divulgou uma nota oficial parabenizando a Polícia Federal pela prisão de Tupirani. O presidente da instituição, Alberto David Klein, afirmou que a operação “é a certeza da aplicação da lei contra o racismo”.

“A FIERJ parabeniza a Polícia Federal pela prisão do líder da Igreja Pentecostal Geração Jesus Cristo, por crimes de racismo. É a certeza da aplicação da lei contra o racismo, que poderá em um primeiro momento conter esse mal que alicerça o ataque a segmentos historicamente discriminados. Em outra vertente, a educação para que as gerações futuras não mais reproduzam o racismo”, afirmou Klein.

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