Quem é o fiscal ofendido por clientes de bar? Spoiler: ele tem doutorado
O veterinário Flávio Graça foi atacado e diminuído por clientes de um bar do Rio enquanto fiscalizava medidas de segurança no local
atualizado
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O fiscal da Vigilância Sanitário do Rio de Janeiro Flávio Graça, que foi atacado e teve o trabalho diminuído por clientes de um bar enquanto fazia a fiscalização do estabelecimento na capital do estado, tem um vasto currículo profissional e na vida acadêmica. Veterinário, o fiscal tem mestrado e doutorado pela Universidade Federal Rural do Rio (UFFRJ) e é pesquisador na área de sanidade animal.
Um vídeo dos ataques viralizou nas redes sociais e mostrou um casal intimidando o agente. “A gente paga você, filho. O seu salário sai do meu bolso”, afirmou a mulher. “Cadê sua trena? Quero saber como mediu sem trena”, questionou o rapaz sobre as medidas de distanciamento social determinadas em decreto estadual. Graça então responde: “Tá, cidadão”. E a mulher disse: “Cidadão, não. Engenheiro civil, formado. Melhor do que você”.
Segundo o currículo lattes de Graça, ele é formado pela Universidade Federal Fluminense, em 1991, como médico veterinário. Seis anos depois, tornou-se mestre em medicina veterinária pela UFRRJ e, em 2007, concluiu o doutorado na área de sanidade animal.
Desde maio de 2017, Graça ocupa o cargo de superintendente de Inovação, Informação, Projetos, Pesquisa e Educação da Subsecretaria de Vigilância, Fiscalização e Controle de Zoonoses da Secretaria Municipal de Saúde do Município do Rio de Janeiro.
“Estamos ali para defendê-las”
Mais cedo, o fiscal falou ao jornal Extra que a atitude do casal “manchou a imagem do carioca e dos estabelecimentos do Rio”. Graça disse que não se sentiu ofendido pelas palavras dos clientes e que fazia a fiscalização no bar apenas para proteger os cidadãos durante a pandemia do novo coronavírus.
“Não cabe mais no Brasil o ‘Você sabe com quem está falando?’. Isso está ficando cada vez mais banido. Todo cidadão contribui com seus impostos para justamente nós o protegermos. Esse foi o princípio da cidadania que eles não exercem”, desabafou.
“Temos encontrado, principalmente nos últimos dias, pessoas que não estão entendendo o nosso papel. Estamos ali para defendê-las. Mas infelizmente, no Brasil, a gente não tem a cultura da prevenção. Muitos não gostam da fiscalização e se sentem agredidos. E muitas vezes vão contra nós”.