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Quem é Gabriel Galípolo, indicado de Lula para chefiar o Banco Central

Anúncio da indicação de Galípolo foi feito nesta quarta-feira (28/8) pelo ministro Fernando Haddad, com quem indicado já trabalhou

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Gabriel Galípolo
1 de 1 Gabriel Galípolo - Foto: Washington Costa/MF

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) bateu o martelo e indicou o nome de Gabriel Galípolo para presidir o Banco Central (BC) após o término do mandato de Roberto Campos Neto, em 31 de dezembro deste ano.

O anúncio foi feito pelo ministro da Fazenda, Fernando Haddad, nesta quarta-feira (28/8), no Palácio do Planalto, após reunião dos dois com o presidente da República. Na segunda-feira (26/8), Galípolo antecipou a volta a Brasília a pedido de Lula, sob expectativa de ter seu nome anunciado.

A indicação será agora encaminhada ao Senado Federal, a quem cabe sabatinar o indicado e aprovar seu nome. Há dúvida sobre o prazo, tendo em vista as eleições municipais.

Quem é o indicado

Galípolo, de 42 anos, é natural da capital de São Paulo e acumula experiências no setor público e privado. Desde julho de 2023, ele é diretor de Política Monetária do BC, e já foi secretário-executivo de Haddad na Fazenda, entre janeiro e junho do ano passado. Nas eleições de 2022, ele fez a ponte entre integrantes da campanha petista e atores do mercado financeiro.

Em junho deste ano, em meio aos rumores sobre a possibilidade de ter seu nome indicado à chefia do BC, Galípolo rejeitou a alcunha de jovem e disse ter ficado “contente” quando disseram que ele talvez não teria a maturidade citada pelo presidente Lula para presidir a autoridade monetária.

“A única coisa que eu queria dizer aqui é que, por um pequeno momento, quando se levantou dúvidas sobre o meu nome, quando se falou sobre maturidade, eu quase fiquei contente porque eu achei que estavam achando que eu era novo, mas já não é mais o caso, né? As dores que eu sinto de vez em quando agora nas lesões, quando às vezes tem dois jantares que acabam mais tarde, no dia seguinte eu vou fazer teste para ver se eu peguei alguma doença mais forte… Então, tem menos a ver com isso”, disse ele em uma live em junho.

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Gabriel Galípolo
Gabriel Galípolo foi indicado à Diretoria de Política Monetária do BC
Gabriel Galípolo, Fernando Haddad e Josué Gomes da Silva
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Gabriel Galípolo foi secretário-executivo do ministro Fernando Haddad

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De 2017 a 2021, Galípolo atuou como presidente do Banco Fator. Em 2009, fundou a Galípolo Consultoria, responsável por estudos de viabilidade econômico-financeira de projetos de concessões e parcerias público-privadas (PPPs). Ele também fez parte do conselho da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp).

Formado em ciências econômicas e mestre em economia política pela Pontifícia Universidade Católica (PUC-SP), Galípolo é pesquisador sênior do Centro Brasileiro de Relações Internacionais (Cebri). Ele também foi professor de graduação na Faculdade de Economia da PUC-SP, entre 2006 e 2012.

No setor público, chefiou a assessoria econômica da Secretaria de Transportes Metropolitanos do Estado de São Paulo e atuou como diretor da Unidade de Estruturação de Projetos da Secretaria de Economia e Planejamento paulista, na gestão de José Serra (PSDB).

Próximos passos

A indicação de Galípolo será formalizada no Diário Oficial da União (DOU). A sabatina caberá à Comissão de Assuntos Econômicos (CAE) do Senado. Em seguida, é necessária aprovação pelo colegiado e também pelo plenário da Casa.

O mandato do atual presidente da instituição monetária, Roberto Campos Neto, que começou na gestão de Jair Bolsonaro (PL), chega ao fim em 31 de dezembro deste ano, mas ele tem dito que busca fazer uma transição “suave”.

Vale lembrar que a lei de autonomia do BC, de 2021, estabeleceu mandatos fixos de quatro anos para o presidente e diretores do BC, não coincidentes com o mandato do presidente da República. Com isso, Lula é o primeiro titular do Palácio do Planalto a lidar com um presidente da autoridade monetária não indicado por ele.

O petista disparou críticas a Campos Neto em diversos momentos de seu atual mandato, tendo acusado o chefe do órgão de alinhamento ideológico com o bolsonarismo e de trabalhar contra o país, em razão da manutenção da taxa básica de juros, a Selic, em dois dígitos.

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