Quem é Alexandre Ramagem, ex-diretor da Abin e deputado alvo da PF
Alexandre Ramagem (PL-RJ) é investigado pela PF por suposta espionagem ilegal na Abin, durante os anos que comandou a agência
atualizado
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Alvo de operação da Polícia Federal (PF) que investiga suposta espionagem ilegal na Agência Brasileira de Inteligência (Abin), o deputado federal Alexandre Ramagem (PL-RJ) dirigiu a Abin no período entre julho de 2019 e março de 2022, durante o governo de Jair Bolsonaro (PL).
Ramagem foi o primeiro diretor-geral da agência a disputar uma vaga no Congresso Nacional nas Eleições de 2022.
De acordo com a coluna de Guilherme Amado, do Metrópoles, Ramagem é o pré-candidato favorito do Partido Liberal à prefeitura do Rio de Janeiro. O nome dele foi escolhido pelo próprio ex-presidente Bolsonaro.
Em 2020, Bolsonaro tentou nomear Alexandre Ramagem, então diretor-geral da Abin, ao comando da PF. Contudo, o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), suspendeu a nomeação poucas horas antes da cerimônia de posse.
Desta forma, nomeação até chegou a ser publicada no Diário Oficial da União (DOU), mas ele não foi empossado.
“Apresenta-se viável a ocorrência de desvio de finalidade do ato presidencial de nomeação do Diretor da Polícia Federal, em inobservância aos princípios constitucionais da impessoalidade, da moralidade e do interesse público”, declarou Moraes.
Tal decisão acolheu o pedido apresentado pelo Partido Democrático Trabalhista (PDT), além de ter considerado que haveria necessidade de impedir o ato devido às declarações de Sergio Moro, que, à época, afirmou que o ex-presidente queria interferir na PF.
Segundo Moro, Bolsonaro tinha a intenção de colocar “alguém do contato pessoal dele”, para “colher informações de investigações em andamento”.
Operação da PF
Equipes da Polícia Federal fazem buscas no gabinete do parlamentar na Câmara dos Deputados e no apartamento funcional, na manhã desta quinta-feira (25/1). Além de Ramagem, são alvos da “Operação Vigilância Aproximada” policiais federais.
Eles são suspeitos de integrar uma organização criminosa que se infiltrou na Abin para monitorar ilegalmente a geolocalização de dispositivos móveis de servidores públicos, políticos, policiais, advogados, jornalistas e juízes sem autorização judicial.
Ao todo, a PF cumpre 21 mandados de busca e apreensão. Destes, 18 são em Brasília (DF), um em Juiz de Fora (MG), um em São João del Rei (MG) e um no Rio de Janeiro.