Queiroga vai aos EUA para debater vacinação mundial com ONU e Opas
Ministro da Saúde cumprirá agenda em Nova York a partir desta quinta-feira (24/2) com organizações internacionais
atualizado
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O ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, vai representar o governo brasileiro em agendas com organizações internacionais nesta semana, em Nova York (EUA). A partir de quinta-feira (24/2), ele se reúne com representantes da Organização das Nações Unidas (ONU) e da Organização Pan-Americana da Saúde (Opas/OMS).
O secretário-executivo da pasta, Rodrigo Cruz, acompanha o ministro na agenda. Dessa forma, o ministério estará nas mãos do atual secretário de Atenção Primária à Saúde (SAPS), Raphael Parente, até o domingo (27/2). A substituição foi formalizada em decreto assinado pelo presidente Jair Bolsonaro (PL) publicado no Diário Oficial da União (DOU) desta terça-feira (22/2).
Queiroga embarca na noite desta quarta-feira (23/2) para os Estados Unidos. A primeira reunião será na quinta, com a diretora-geral da Opas, Carissa Etienne. O ministro discutirá a cooperação brasileira para o enfrentamento da pandemia com países vizinhos e o fortalecimento do Sistema Único de Saúde (SUS).
Já na sexta-feira (25/2), Queiroga representará o governo brasileiro em encontro promovido pela ONU para debater os desafios ainda existentes para produção e distribuição de vacinas contra a Covid ao redor do mundo e formas de contemplar países com baixa cobertura vacinal.
Queiroga também se encontrará com Juan F. Granada, presidente e diretor-executivo da Fundação de Pesquisa Cardiovascular da Universidade de Columbia, para conhecer as pesquisas da instituição.
Substituto bolsonarista e pró-abstinência sexual
Atual secretário da pasta, o titular interino da pasta, Raphael Parente, é ligado à ala ideológica do governo do presidente Bolsonaro. Ele é um dos defensores do projeto de abstinência sexual encampado pela ministra da Mulher, da Família e dos Direitos Humanos, Damares Alves.
“A iniciação sexual precoce, com idade aproximada aos 15 anos, está associada ao menor uso de preservativo, ao aumento de relações sexuais e de parceiros e à maior chance de DSTs e gestações indesejadas. Então, como não incluir a abstinência sexual em uma política dirigida para este público de adolescentes?”, escreveu em artigo no jornal Gazeta do Povo.
Do Rio de Janeiro, reduto eleitoral do clã Bolsonaro, Raphael Parente chega a Brasília defendendo as pautas do governo. Ele participou como convidado, por exemplo, da Comissão de Defesa dos Direitos da Mulher na Câmara no ano passado. Deputadas bolsonaristas, como Bia Kicis (PSL-DF), Carla Zambelli (PSL-SP) e Chris Tonietto (PSL-RJ), fazem parte do grupo.
O médico discursou no Supremo Tribunal Federal (STF) em uma audiência pública sobre a descriminalização do aborto (foto em destaque). Ele é contra. “Meu posicionamento profissional por vezes é criticado pela mídia e ativistas, principalmente quando falo de questões relacionadas ao parto e ao aborto”, admite, em perfil publicado pelo Conselho Regional de Medicina do Rio de Janeiro (Cremerj).