Queiroga sobre entrega de vacinas a SP: “Não defendo judicialização”
Afirmação foi feita um dia após o governador de São Paulo acusar o Ministério da Saúde de enviar 50% a menos de doses da Pfizer ao estado
atualizado
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O ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, afirmou não concordar que estados procurem a Justiça para resolver questões ligadas à entrega de vacinas contra a Covid-19. A afirmação foi dada nesta quinta-feira (5/8), um dia após o governador de São Paulo, João Doria (PSDB), acusar a pasta de enviar 50% a menos de doses da Pfizer ao estado.
Segundo o jornal O Globo, Doria vai acionar a Justiça contra o governo federal. O veículo apurou que a Procuradoria-Geral de São Paulo estaria autorizada pelo governador para entrar com uma ação ainda nesta semana.
Nesta quinta, Queiroga reconheceu que procurar a Justiça é um direito de todos, mas acredita que resolver o problema no “âmbito administrativo” é a melhor opção.
“A judicialização é um direito que todos têm, mas não a defendemos como forma de implementação de políticas públicas. Se busca o Judiciário para satisfazer essas irresignações, mas penso que essas questões devem ser discutidas no âmbito administrativo, o poder Judiciário já anda abarrotado de ações, já tem muitos problemas. Porque nós não buscamos no caminho da tripartite?”, defendeu o ministro.
Na quarta-feira (4/8), Doria afirmou que a carga de Pfizer deveria ter sido entregue na última terça (3/8), mas foi reduzida à metade sem justificativa. Por outro lado, o Ministério da Saúde disse que a redução ocorreu porque o estado teria recebido unidades extras da vacina Coronavac, produzida pelo Instituto Butantan.
Esses imunizantes, segundo o ministério, deveriam ter sido entregues para outros estados. Por esse motivo, a região acabou recebendo menos vacinas da Pfizer, defendeu a pasta. Em nota, a assessoria do governador João Doria afirmou que justificativa do governo federal é “mentirosa”.
“Toda essa pauta é distribuída em conjunto. Segundo o que foi informado pelos secretários, o Instituto Butantan havia alocado doses a mais para o estado de São Paulo. E isso foi constatado pela comissão tripartite, por isso se fez a compensação das doses. Não há nenhum interesse em discriminar qualquer estado da federação e temos que trabalhar juntos”, defendeu Queiroga nesta quinta.
O cardiologista alegou ainda que os secretários do estado de São Paulo estavam cientes da redução do número de vacinas da Pfizer. Na quarta, Queiroga criticou os gestores paulistas após as reclamações sobre o envio de vacinas contra a Covid-19.
“São Paulo está sempre reclamando”, disse ao ser questionado sobre o assunto em um evento, em Brasília, para assinatura da portaria com orientações para volta às aulas.