Queiroga se reúne com Bolsonaro: “Governo não tem vara de condão”
Futuro ministro da Saúde lamentou recordes de casos e mortes por Covid-19 no Brasil. Mais uma vez, ele citou a ciência como caminho a seguir
atualizado
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O futuro ministro da Saúde, cardiologista Marcelo Queiroga, reúne-se nesta quinta-feira (18/3) com o presidente Jair Bolsonaro (sem partido). Antes do encontro, o substituto do general Eduardo Pazuello lamentou os recentes recordes de casos e mortes por Covid-19, doença causada pelo novo coronavírus, mas afirmou que “o governo não tem vara de condão”.
O Brasil tem mais de 11,6 milhões de casos confirmados e 284 mil pessoas morreram vítimas do novo coronavírus. O Ministério da Saúde vacinou 12,7 milhões de pessoas.
“Governo nenhum tem uma vara de condão para resolver todos os problemas. Existe a ciência do nosso lado, existe a necessidade de implementação de protocolos assistenciais, para qualificar os nossos recursos humanos para buscar resultados melhores”, destacou ao chegar ao Palácio do Planalto.
Queiroga ainda completou: “É uma situação complexa. Precisamos nos empenhar para vencer o inimigo comum, que é o vírus”, concluiu.
O cardiologista ainda não teve a indicação oficializada no Diário Oficial da União (DOU), nem tomou posse. Nesta quinta-feira, ele comentou brevemente a transição na pasta.
“São necessárias questões documentais. Não há dois ministros da Saúde. O ministro da Saúde é Eduardo Pazuello. O presidente já me indicou. O presidente vai publicar no Diário Oficial. Existem trâmites legais. Existe serviço público. Tem que seguir as regras da lei. É o presidente que define isso”, ponderou sobre a posse.
“Liberdade”
Queiroga assumirá a pasta após o desgaste do general Pazuello e pressões de diversos setores para a troca de ministro. Ele será o quarto chefe da Saúde em meio à pandemia de Covid-19.
“O diferente é seguir as recomendações da ciência. O presidente escolheu um médico para o ministério. Um médico que é oriundo de uma sociedade científica, da Sociedade Brasileira de Cardiologia, que foi sempre que protagonizou a medicina baseada em evidência”, ponderou.
Segundo o futuro ministro, Bolsonaro deu liberdade para ele montar a equipe e comandar as ações de controle da pandemia.
“O presidente me deu autonomia para montar minha [equipe e estratégia] e, eu peço a vocês, um pouco de paciência para que, num curto prazo, nós consigamos trazer medidas adicionais as que tem sido colocadas em prática pra que esse cenário melhore”, salientou.
Na quarta-feira (17/3), Pazuello e Queiroga visitaram o laboratório da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), no Rio de Janeiro, onde são produzidas vacinas contra a Covid-19.
A troca
Pazuello deixa o cargo durante forte alta de casos e mortes pela Covid-19. Além disso, o país patina na criação de leitos de unidades de terapia intensiva (UTIs) para o tratamento da doença.
Ao chegar ao ministério, Queiroga afirmou que a política de saúde é do governo, não do ministro. Ele assume a vaga após pressões de diversos setores.
Queiroga será o quarto ministro da Saúde a assumir o enfrentamento da pandemia. Antes, Luiz Henrique Mandetta e Nelson Teich deixaram a pasta após divergências com o presidente Bolsonaro.