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Queiroga nega pressão do Planalto em saída relâmpago de secretária

Ministro da Saúde falou depois da demissão da secretária especial de enfrentamento à Covid após uma semana no cargo

atualizado

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menistro marcelo queiroga, da saúde
1 de 1 menistro marcelo queiroga, da saúde - Foto: Igo Estrela/Metrópoles

O ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, disse no inicio da noite deste sábado (22/5) que ainda não tem um nome definido para comandar a Secretaria Extraordinária de Enfrentamento à Covid-19 após a médica infectologista Luana Araújo pedir demissão do posto, estrutura recém-criada, nove dias após ser anunciada. Ela anunciou sua desistência na sexta (21/5) e a informação foi confirmada neste sábado pela pasta.

“A doutora Luana Araújo é muito qualificada e havíamos convidado ela para o cargo, mas não houve nem a nomeação e procuramos agora uma pessoa com perfil semelhante à doutora Luana. Quando houver esse nome, vamos comunicar”, afirmou ele, sem falar dos motivos para a não efetivação da contratação, mas negando pressões políticas.

Variante indiana

O ministro falou sobre o assunto em entrevista coletiva, na qual afirmou ainda que preocupa a chegada da variante indiana do coronavírus ao Brasil. “Como vocês sabem, foi detectado um caso em um navio que chegou à costa do Maranhão. Nosso receio é que esse tipo de variante passe a ter transmissão comunitária”, disse Queiroga.

“Tenho dialogado com Anvisa e secretários de Saúde no Maranhão, temos equipe no Maranhão fazendo um inquérito, e estamos enviando 600 mil testes rápidos para São Luiz para fazer um acompanhamento”, disse ainda o ministro da Saúde.

A testagem será focada em locais de grande movimento, especialmente portos, aeroportos e rodoviárias. Quem testar positivo, segundo o Ministério, fará um teste mais complexo e será acompanhado por ao menos 10 dias.

Queiroga também se reuniu com secretários de Saúde de São Paulo e Rio de Janeiro para combinar protocolos para monitorar a entrada de pessoas vindas do exterior. Já há um bloqueio a voos da Índia.

A saída de Luana

A infectologista teve a nomeação anunciada pelo ministro Queiroga, no dia 12 de maio para o comando da nova pasta, cuja criação após mais de um ano de pandemia foi alvo de críticas. O perfil da gestora, porém, havia agradado especialistas.

Luana Araújo é infectologista e epidemiologista formada pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) e pós-graduada pela Universidade John Hopkins, nos Estados Unidos. “Minha experiência é trabalhar com preparo e resposta. Isso foi o que me trouxe hoje para essa posição”, afirmou Luana na ocasião do anúncio de seu nome. A profissional disse ter atuado na linha de frente do enfrentamento à Covid-19.

No evento de 12 de maio, Queiroga disse que a escolha de uma técnica para o Ministério da Saúde foi “determinação do presidente Jair Bolsonaro”.

A médica, porém, passou a receber cobranças da militância bolsonarista por críticas a remédios sem eficácia comprovada contra a doença, mas defendidos pelo presidente. “Neocurandeirismo. Iluminismo às avessas. Brasil na vanguarda da estupidez mundial”, escreveu ela, em junho do ano passado, em uma rede social ao comentar sobre o uso da cloroquina.

Questionado na entrevista, o ministro da Saúde negou que tenha havido pressão do Palácio do Planalto para a não efetivação da médica e se irritou com a insistência dos jornalistas. “Esse assunto eu considero encerrado. A doutora Luana é excelente médica e vamos procurar alguém com o perfil dela”.

Em nota oficial divulgada antes da fala de Queiroga, o Ministério da Saúde não falou sobre os motivos da saída precoce da gestora. Veja o texto:

“O Ministério da Saúde informa que a médica infectologista Luana Araújo, anunciada para o cargo de secretária extraordinária de Enfrentamento à Covid-19, não exercerá a função. A pasta busca por outro nome com perfil profissional semelhante: técnico e baseado em evidências científicas. A pasta agradece à profissional pelos serviços prestados e deseja sucesso na sua trajetória.”

Luana na CPI

O senador Alessandro Vieira (Cidadania-SE) protocolou, neste sábado (22/5), um requerimento para convocar a ex-secretária na Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Covid-19. Segundo o parlamentar, a convocação visa esclarecer as razões que levaram Luana Araújo a ficar apenas nove dias no cargo.

Para que a convocação seja feita, os demais integrantes da CPI devem aprovar o requerimento proposto.

Veja a íntegra da entrevista do ministro da Saúde neste sábado:

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Infectologista Luana Araújo
Marcelo Queiroga, ministro da Saúde de Bolsonaro
Ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, em depoimento à CPI da Covid-19
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Ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, em visita ao Centro de Distribuição de Insumos Estratégicos de Saúde, em Guarulhos (SP)

Fábio Vieira/Metrópoles
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Infectologista Luana Araújo

Reprodução/Twitter
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Marcelo Queiroga, ministro da Saúde de Bolsonaro

Aline Massuca/Metrópoles
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Ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, em depoimento à CPI da Covid-19

Jefferson Rudy/Agência Senado
Vacina

Mais cedo neste sábado, nas redes sociais, o Ministério da Saúde informou sobre a antecipação da chegada de um lote extra de insumos para produzir a vacina AstraZeneca/Fiocruz, que chegaria dia 29 de maio, mas chegou hoje. Com os insumos, a Fiocruz poderá produzir 12 milhões de doses de vacina contra o coronavírus.

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