Queiroga: “Não vou adquirir 200 milhões de testes para deixar vencer”
Em meio a grandes filas para testagem da Covid-19, ministro argumentou que problema ocorre em todo o mundo
atualizado
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O Ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, afirmou que não vai “adquirir 200 milhões de testes para deixar vencer”. A declaração é uma reação a críticas direcionadas ao Ministério da Saúde, de que a pasta deveria comprar mais testes para detecção da Covid-19.
“Há política de testagem no país”. disse. “Experimentamos redução de casos, mas com a variante Ômicron os casos aumentaram em todo o mundo. Houve problema de abastecimento de testes. Não vou, como gestor público, adquirir 200 milhões de testes para deixar vencer. Não estava tendo demanda”, pontuou.
A fala foi em resposta a jornalistas, durante evento para assinatura de repasse de verba para a atenção primária na Bahia, estado atingido por enchentes. O recurso, que totaliza R$ 104,5 milhões, será destinado aos 155 municípios baianos em estado de calamidade pública.
“Os que estão me criticando podem me criticar à vontade, mas essas coisas, narrativas, ‘Ah, atrasou vacina de crianças’, [quem diz isso] comprou quantas vacinas de criança? Outros que estiveram aqui no passado, mas nada fizeram, quantas vacinas compraram? Tem que ter distribuído 400 milhões de doses, pelo menos”, reclamou o ministro.
Quando questionado sobre o fato de a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) ter adiado a decisão sobre autotestes nesta quarta-feira (19/1) e solicitado mais informações ao Ministério da Saúde, Queiroga afirmou não ter tido acesso ainda ao inteiro teor da manifestação do órgão regulador.
“Vamos nos manifestar de maneira tempestiva e nos canais competentes”, afirmou. “A posição acerca do autoteste é clara, como tudo no governo Jair Bolsonaro”, salientou.
Falta de testes
A pasta tem sido pressionada frente às longas filas que a população tem enfrentado para testagem da Covid-19. A deputada federal Sâmia Bomfim (PSol-SP) enviou uma série de questionamentos ao Ministério da Saúde sobre a testagem em massa para o diagnóstico de coronavírus.
A parlamentar lembrou que, segundo relatório do Tribunal de Contas da União (TCU), o Ministério da Saúde cancelou a compra de 14 milhões de testes rápidos de antígeno para a detecção da Covid pelo SUS, no ano passado.